Exército colombiano matou membros das Farc com ajuda da CIA

No último domingo (22), o jornal Washington Post publicou uma reportagem por meio da qual revela que a Agência de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) ajudou o Exército colombiano a matar pelo menos 24 líderes das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc). O programa secreto foi autorizado em 2000 por George W. Bush e o atual presidente dos EUA, Barack Obama, deu continuidade ao plano.

Farc

O jornal entrevistou mais de 30 funcionários americanos e colombianos tanto da atual como de administrações anteriores e a maioria deles fizeram suas declarações sob condição de anonimato.

De acordo com fontes militares, de inteligência e diplomáticas dos EUA citadas pelo jornal Washington Post, o programa contra as Farc ofereceu um orçamento multimilionário de ajuda militar norte-americana para o chamado "Plano Colômbia". O jornal assegura ainda que este é uma das maiores ações da inteligência encoberta desenvolvidas por Washington desde os atentados de 11 de setembro de 2001.

Os EUA também forneceram bombas inteligentes – que funcionam com sistema GPS. Em uma das operações, Rául Reyes, um dos principais líderes da Farc, foi assassinado na fronteira do Equador.

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Em novembro deste ano, o governo colombiano e as Farc anunciaram em Havana o fechamento de um acordo parcial sobre a participação política de membros da guerrilha, após a conclusão de um processo pelo fim do conflito. “Chegamos a um acordo fundamental sobre o segundo ponto da agenda [participação política], e o que alcançamos aprofunda e robustece nossa democracia”, disse o diplomata cubano Rodolfo Benítez.

Classificado como "histórico" pela comunidade internacional, as duas partes chegaram a um acordo, que inclui direitos e garantias para a participação política e para exercer a oposição e também acesso aos meios de comunicação.

Apesar do avanço no diálogo de paz, a forma de aplicação dos acordos ainda deve ser definida após a conclusão integral dos 6 pontos da agenda de negociações. “Isso faz parte de um acordo mais amplo que contém seis pontos e que esperamos atingir prontamente”, afirma um comunicado conjunto das equipes de diálogo.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências de notícias e do Washington Post