Reformas de Peña Nieto são pilhagem, diz Subcomandante Marcos

O porta-voz do Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), Subcomandante Marcos, publicou, neste domingo (22), um comunicado intitulado “Rebobinar 2: da morte e outras desculpas”, por ocasião do aniversário de 20 anos do levante zapatista, que será comemorado dia 1º de janeiro. No texto, Marcos discorre a respeito da vida, morte, esquecimento, frivolidade das relações atuais: movidas por likes e seguidores e critica as atuais reformas levadas cabo pelo presidente Peña Nieto.

A respeito das reformas realizadas no México, Marcos afirma que "a gasolina, a energia elétrica, a educação, a justiça, tudo vai ficar mais caro, de pior qualidade, mais escasso".

“Não foi a ânsia de continuar, mas o senso de dever que nos colocou aqui, para o bem ou para o mal. A necessidade de fazer algo diante da injustiça milenar, essa indignação que sentimos como característica mais forte da ‘humanidade’. Nós não pretendemos ter lugar em nenhum museu, teses, biografias, livros”. (…) Nos perguntamos nos lembrarão? Ou nos perguntamos foi dado um passo no caminho? Há quem o siga andando?”.

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Pilhagem

A respeito da reforma energética conduzida pelo governo do presidente Enrique Peña Nieto, o texto avalia que a “pilhagem disfarçada de reforma constitucional não começou neste governo. Começou a ser formalizada com Carlos Salinas de Gortari e sua reforma do artigo 27. A desapropriação agrária foi então ‘coberta’ pelas mesmas mentiras que agora envolvem as mal chamadas reformas: agora o campo mexicano está completamente destruído, como se um conjunto de bombas atômicas o tivesse arrasado. E acontecerá o mesmo com o total das reformas. A gasolina, a energia elétrica, a educação, a justiça, tudo vai ficar mais caro, de pior qualidade, mais escasso.

Antes disso, e mesmo antes das atuais reformas, os povos originários foram e são despojados de seus territórios, que são também da nação. O ouro líquido moderno, a água e não o petróleo, tem sido roubada sem que isso chame a atenção da grande mídia. O roubo do subsolo, tão claramente denunciado por Tata Juan Chávez Alonso no Congresso Nacional Indígena, apenas recebeu algumas linhas apáticas na imprensa que hoje lamenta que O POVO, essa enteléquia tão a modo político midiático, não faça nada para frear o roubo legal e ilegítimo que se intitula "reforma energética". A remoção é todos os dias e em todos os lugares. Mas é agora que se diz que a pátria foi traída”.

O líder zapatista também criticou o atual governador de Chiapas, Manuel Velasco, por gastos excessivos em sua campanha e assegurou que os turistas não se permitem ver “a miséria, os paramilitares e crime das principais cidades chiapanescas”.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Silva