Terror da Al-Qaida no Iraque é uma operação dos EUA, diz analista
A Al-Qaida no Iraque é uma operação de inteligência dos Estados Unidos, de acordo com a opinião do coordenador do boletim "Armas contra as guerras", Alfredo Embid, entrevistado pela emissora de televisão Russia Today sobre o atual conflito no Iraque, que a seu ver está sendo qualificado erroneamente de "étnico".
Publicado 06/01/2014 16:37
"É preciso levar em consideração que a Al-Qaida no Iraque não existia antes de 2003, antes da chegada dos norte-americanos", disse Embid à RT, sublinhando que boa parte dos militantes deste grupo terrorista que opera hoje no Iraque esteve anteriormente concentrado na Líbia.
Segundo o especialista, do mesmo modo que na Síria, as comunidades viviam em paz, até que produziu a ocupação dos EUA.
A estratégia, assinalou, consiste em criar o caos, em dividir. "Os jihadistas, Al-Qaida e os grupos relacionados sempre aplicam a estratégia americana, israelense e britânica de dividir", disse Embid.
De acordo com o analista, um dos responsáveis pela criação deste caos foi o diplomata John Negroponte, embaixador estadunidense no Iraque após a queda de Saddam Hussein. De fato, "Negroponte havia orquestado toda a estratégia de esquadrões da morte na América Central" e logo foi "transferido para o Iraque", lembra o especialista.
"Os esquadrões da morte na América Central", assegura, "são o equivalente à Al-Qaida".
Quando se cria um monstro como é a Al-Qaida, por meio de serviços secretos e graças ao dinheiro da Arábia Saudita e Catar, a criatura pode se voltar contra o criador.
De acordo com Embid, não é só possível que a estratégia se volte contra os Estados Unidos, mas isso já é uma realidade.
"Já perdeu-se o controle sobre isso. Há muitos grupos se digladiando e não reconhecendo a autoridade dos líderes da Al-Qaida, e o Estado Islâmico do Iraque – que controla Faluja – é um deles", assegurou.
"Acredito que a longo prazo seja impossível que esta estratégia tenha êxito e que será mais um fracasso dos Estados Unidos naquela região", afirmou.
Fonte: Russia Today