Alta da Selic refletirá no crescimento em 2014, diz economista

A taxa básica de juros da economia (Selic), atualmente em 10% ao ano, deve continuar a subir em 2014 para conter a alta de preços no país, estimam especialistas. A primeira reunião deste ano do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), que define a Selic, está marcada para os dias 14 e 15 deste mês. 

Nesta sexta-feira (10), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou 2013 em 5,91%. Em 2012, a inflação ficou em 5,84%. A expectativa do presidente do Banco Central (BC), Alexandre Tombini, de que a inflação em 2013 seria menor do que a de 2012, não foi alcançada.

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João Sicsú: Juros altos e superávit primário brecam desenvolvimento

Para o economista João Sicsú elevar o juros não é o melhor e nem o único caminho. Em entrevista à Rádio Vermelho, ele afirmou que a elevação do juros brecará o avanço do desenvolvimento, consequentemente, dificultará a elevação do crescimento.

"Penso que daqui para a frente é preciso elaborar políticas mais sofisticadas no combate à inflação. Penso que é preciso refletir muito sobre a ideia de que elevar juros é a saída para conter a inflação, isso prejudica os investimentos e breca o desenvolvimento", enfatizou Sicsú ao fazer análise do quadro geral da economia no Brasil.

Ele lembra que "é importante observar que os itens que estão pressionando a inflação, sobretudo nos últimos 5 anos. O governo precisa ficar de olho, pois é aí que encontramos o nosso maior problema. Alguns setores sofrem com a quebra de safra ou a especulação internacional. De modo que elevar s juros não é a melhor ou única saída".

Joanne Mota, 
Do Vermelho, em São Paulo
Com informações da Agência Brasil