Áreas de risco foram mapeadas e sirenes instaladas no RJ

O subsecretário extraordinário da região serrana, da Secretaria de Estado de Obras, José Beraldo, disse à Agência Brasil que o governo fez um mapeamento completo de risco que serve de base ao trabalho desenvolvido no local. O programa incluiu a instalação das sirenes, ações de prevenções da Defesa Civil, como as obras de contenção e de canalização de rios.

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O subsecretário destacou que as ações dos governos federal, estadual e municipal, têm alcançado níveis de investimentos que favorecem a prevenção nas localidades que costumam ser atingidas em épocas de chuva. "Estou há 32 anos no serviço público e nunca tive oportunidade de ver uma quantidade de investimentos como os que foram feitos ao longo dos últimos três anos”.

José Beraldo ressaltou que os investimentos já executados e os que estão em andamento somam mais de R$ 2 bilhões, em obras de canalização, de contenção e de recuperação de encostas; recuperação de rodovias; e a construção de unidades habitacionais, tanto no Programa Minha Casa, Minha Vida como com recursos do estado. “É amplo o trabalho de recuperação da região serrana. Sem dúvida, isso tudo minimizou o risco da região, mas o risco que existe hoje é fruto de décadas de ocupações irregulares”, disse.

Em Petrópolis, um dos municípios mais atingidos por desastres causados por enchentes, a prefeitura fez parcerias com órgãos japoneses e americanos para atuar preventivamente. "O convênio com a Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica) visa o fortalecimento da cultura de prevenção em Petrópolis e o compartilhamento de experiências e tecnologias de monitoramento, prevenção e alerta”. Ele acrescentou que a Agência de Assistência a Desastre do Exterior dos Estados Unidos da América deu cursos sobre planejamento e gestão de riscos para os agentes da Defesa Civil.

Em 2013 foram instalados, no município, 39 pluviômetros que funcionarão com 26 que já estavam em operação. Segundo a prefeitura, os equipamentos permitem que a Defesa Civil saiba, em tempo real, o local e a intensidade das chuvas.

O professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Maurício Ehrlich, defende, no entanto, a necessidade de um planejamento urbano. "O melhor para evitar isso é fazer o mapeamento das áreas de risco e fazer um planejamento de expansão da cidade. Isso seria uma prevenção. As cidades brasileiras sempre cresceram de forma espontânea e isso se vê muito nas cidades da serra fluminense, onde elas se expandem para as montanhas. Toda a encosta é problemática, mas tem as de maior ou menor risco", disse.

Para ele, o planejamento urbano poderia gerar resultados positivos também nos casos de intervenção de encostas. "Tem certas áreas em que mesmo que ocorram investimentos, não termina com os riscos. Então, tem que deslocar a população e para isso pode usar o Programa Minha Casa, Minha Vida”.

Para o governo, o sistema de monitoramento e os alertas se traduzem em redução do número de mortes durante chuvas intensas, mas especialistas apontam que é necessário fazer mais.
Pioneiro no país, o sistema fluminense conta com duas pontas importantes: uma, o monitoramento de chuvas e rios, feito pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente) desde 2010, que comunica autoridades e envia mensagens de texto por celular a qualquer um que se cadastre em seu sistema.

Sistemas de alerta contra enchentes se espalham por 16 cidades do Rio

Três anos após o maior desastre natural da história do país, um sistema de monitoramento de chuvas e rios e de alertas de desocupação emergencial de áreas de risco vem se fortalecendo e já se expandiu para 16 cidades do Estado, além da capital. As chuvas iniciadas em 12 de janeiro de 2011 na região serrana do Rio deixaram um total de 918 mortos, em cidades como Nova Friburgo, Petrópolis e Teresópolis.

A segunda é o programa da Defesa Civil estadual criado em 2011, que, ao receber um alerta, aciona sirenes localizadas em cem comunidades da capital e 54 de quatro cidades serranas: Petrópolis, Teresópolis, Friburgo e Bom Jardim. Mais 180 comunidades em 12 cidades do Estado devem entrar no sistema até o fim do mês, diz o coronel Sérgio Simões, secretário da Defesa Civil do Estado do Rio de Janeiro.

As sirenes emitem som de corneta e uma mensagem gravada indicando que as chuvas atingiram nível preocupante e que é necessário desocupar as casas e dirigir-se a áreas seguras. Tais locais são previamente estabelecidos em treinamentos com lideranças de cada lugar. Atualmente há mais de 3 mil agentes comunitários de saúde e presidentes de associações de moradores que possuem celulares fornecidos pela Defesa Civil para receberem alertas via SMS.

Fonte: Agência Brasil e Correio do Brasil
Matéria atualizada às 10h46 para acréscimo de informações