Prefeito destituído de Bogotá convoca mobilização permanente

Centenas de pessoas se concentram na praça Bolívar, em Bogotá, convocados pelo prefeito da cidade, Gustavo Petro, depois ratificada publicamente a sentença da Procuradoria que o destituiu e inabilitou por 15 anos no passado dia 9 de dezembro.

Centenas de bogotanos se concentram na praça Bolívar convocados pelo prefeito da cidade, Gustavo Petro, depois ratificada publicamente a sentença da Procuradoria que o destituiu e inabilitou por 15 anos no passado dia 9 de dezembro.

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A mobilização que começou nesta segunda-feira (13) com caráter permanente, foi anunciada no dia 10 de janeiro, quando Petro chamou a respeitar o voto popular e soberano e a defender a democracia, que o procurador geral, Alejandro Ordóñez, tinha na mira de um golpe de Estado, disse.

Horas depois de publicada a decisão do procurador, a praça Bolívar estava repleta de pessoas. Ao redor da estátua do Libertador Simón Bolívar, permaneciam 20 barracas que servem como base de apoio àqueles vindos de regiões distantes.

Os manifestantes começaram a chegar nesta segunda (13) à tarde e à noite carregavam velas e cartazes com as palavras de ordem "Não passarão, Petro fica".

Não vamos utilizar violência, mas queremos sim que o movimento indígena seja visível e que o procurador saiba que o prefeito não está sozinho, disse a jornalistas Victor Jacanamijoy, originário de Putumayo.

Depois das 15h, hora local, membros do Esquadrão Móvel Antidistúrbio começaram a chegar. A guarda indígena também esteve presente, com suas bengalas de comando, como nas manifestações de dezembro de 2013.

Da varanda do Palácio do Liévano, sede da Prefeitura, o prefeito da cidade garantiu que Ordóñez pretende pressionar o presidente Juan Manuel Santos para que apoie a decisão da Procuradoria antes da Comissão Interamericana de Direitos Humanos responder a seu pedido de medidas cautelares (de proteção de seus direitos políticos).

Se o pronunciamento da Comissão for favorável, a decisão da procuradoria ficará sem efeito porque seria uma medida de cumprimento obrigatório para o Governo colombiano, segundo estipulado por essa instância internacional.

O procurador tem medo do pronunciamento da CIDH, afirmou Petro.

Disse também que não é possível entender como, depois de voltar de suas férias, leu em apenas duas horas as 200 páginas do recurso interposto perante a Procuradoria contra sua decisão, analisou os argumentos e ratificou sua sentença.

Petro chamou de novo os bogotanos a não parar as mobilizações públicas pela democracia e pela paz e a se reunir todas as tardes, depois do trabalho, na praça Bolívar para ajudar a organizar um movimento para promover uma Constituinte que se aplique, não como a de 1991.

Vamos mostrar para a Colômbia o que significa um povo com presença permanente nas praças públicas, onde podemos estar um dia, depois de outro dia e de outro dia "e demonstrar que não nos cansamos", Colômbia humana se levanta, concluiu.

Fonte: Prensa Latina