Coreia Popular adverte o Sul contra exercício militar com EUA

A República Popular Democrática da Coreia (RPDC) instou a Coreia do Sul a cancelar o plano de exercícios militares conjuntos com os EUA, em texto divulgado nesta semana por sua Embaixada. “Em seu histórico discurso de Ano Novo, o líder Kim Jong-Un expôs a sincera posição de princípios para aliviar a tensão na Península Coreana, defender a paz e melhorar as relações intercoreanas”, ressalta o comunicado do Comitê para a Reunificação Pacífica da Pátria.

Estados Unidos e Coreia do Sul - Associated Press

“A mensagem é apoiada e saudada pelos coreanos em todo o mundo, e a opinião pública interna e externa espera que se abra, neste ano, a nova fase de reconciliação, paz e reunificação para o relaxamento da situação na Península Coreana e para a melhora das relações bilaterais”, avança o comunicado.

O governo norte-coreano tem denunciado provocações do vizinho, tanto através de discursos inflamados contra a Coreia Popular quanto através de ações como a aliança com os Estados Unidos, “envenenando o clima de esperança.”

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“Apesar da unânime preocupação e rechaço de nacionais e estrangeiros, ficou abertamente anunciado que serão realizados, por alguns meses, a partir do fim de fevereiro, os exercícios militares conjuntos ‘Key Resolve’ e ‘Foal Eagle’, e se cria uma situação espantosa em que se reforçam, a grande escala, próxima à linha de demarcação militar, as tropas agressoras norte-americanas,” afirma o texto.

O comunicado ressalta a informação de que, nos exercícios, serão mobilizados diversos equipamentos bélicos navais e aéreos dos Exércitos dos Estados Unidos e da Coreia do Sul, entre outros aviões de transporte de peso, navios, lanchas rápidas e blindados anfíbios. Além disso, lamenta a incorporação da “célebre força móvel” da Marinha Nº 3, proveniente de Okinawa, Japão.

Assim, serão realizados treinamentos conjuntos de desembarque de maior dimensão, depois da manobra “Team Spirit”, de acordo com o texto. “Os belicistas norte-americanos e sul-coreanos dizem, sem escrúpulos, que o objetivo dos atuais exercícios é ocupar as instalações nucleares da RPDC e a sua capital, Pyongyang, no suposto ‘estado de emergência do Norte da Coreia’.”

Para o governo da Coreia Popular, trata-se de mais uma “grave provocação militar” e um “desafio frontal à sua boa fé e à opinião pública interna e externa.”

O comunicado questiona a incoerência entre esta movimentação e o discurso de Ano Novo da presidenta sul-coreana, Park Geun-hye, quando disse que, através do encontro entre famílias coreanas separadas, deseja dar o primeiro passo da solução do problema das relações bilaterais e preparar o marco de diálogo.

“Como podemos interpretar esta conduta? As circunstâncias dadas mostram que são mentirosas as palavras dela, que pensa em outra coisa. Até a data, os exercícios de guerra que se repetem todos os anos no território sul-coreano prejudicaram imensamente as relações entre o norte e o sul.”

De acordo com o texto, é este o curso das relações durante várias décadas. “O único resultado foi a tensão, o aumento do perigo da guerra”, ressalta. O anúncio de exercícios de guerra nuclear contra a RPDC, para o governo norte-coreano, significa a “negativa total do melhoramento das relações intercoreanas e ao diálogo, e a declaração de enfrentamento nuclear total.”

Da redação do Vermelho