Coreia Popular pede empenho por reunificação soberana e paz

A Embaixada da República Popular Democrática da Coreia (RPDC), através de um comunicado divulgado nesta segunda-feira (20), ressaltou o compromisso do governo com a reunificação das duas Coreias (divididas no pós-Segunda Guerra Mundial) pela independência, a paz e a prosperidade da Península Coreana, apesar dos expressivos desafios políticos.

Arco da Reunificação - RPDC

“Como é sabido, nos últimos anos o movimento da nação coreana por lograr a reunificação do país sofre vicissitudes e testes. Devido às manobras das autoridades sul-coreanas, confabuladas com forças estrangeiras, as relações entre o Norte e o Sul enfrentam o total fracasso e chegou no clímax, com o perigo da guerra nuclear na Península Coreana”, diz o comunicado.

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Em sua mensagem de Ano Novo Lunar, que será comemorado pelos coreanos na próxima semana (em 2014, o primeiro dia do seu calendário lunar será 31 de janeiro), o presidente da Coreia Popular, Kim Jong Un exortou toda a nação a abrir uma nova fase para a reunificação independente, para a paz e para a prosperidade.

O texto ressalta também o interesse da sociedade internacional pela reunificação coreana, como um “assunto muito importante” do qual depende a paz e a segurança na reunião e no mundo.

O governo relembra o legado do líder Kim Il Sung (1948-1994), fundador da Coreia socialista, que apresentou três princípios para a reunificação coreana, o projeto de fundação da República Federal Democrática de Coryo e o programa de Dez Pontos para a Grande Unidade Pan-Nacional, que constituem as Três Cartas para a reintegração.

Já Kim Jong Il (1942-2011) realizou a Cúpula Norte-Sul pela primeira vez depois da divisão nacional, quando foi alcançada uma Declaração Conjunta de 15 de Junho, em 2000, com a base para a reunificação da Coreia, e a Declaração de 4 de Outubro, com conteúdo prático para a implementação da primeira. Com isso, o ex-presidente “realizou façanhas que brilharão para sempre na história do movimento coreano pela reintegração territorial,” enfatiza o documento.

Afastar a ingerência externa

No contexto atual, o presidente Kim Jong-Un afirmou que, com o objetivo de resolver esta questão, é preciso rechaçar a intervenção das forças estrangeiras e manter com firmeza o princípio de uma empreitada “entre nós, compatriotas”.

“Os protagonistas da reunificação do país são os coreanos do norte, do sul e além-mar, e é muito natural que o esforço seja logrado de maneira independente, de acordo com o interesse e a exigência da nação, que deve se ater ao princípio mencionado,” diz o documento.

“Apelar às forças estrangeiras para conseguir a ‘cooperação nacional’ com relação ao problema da nação, das relações norte-sul, é um ato servil humilhante e traiçoeiro que deixa o destino da nação” à disposição dessas forças, continua.

O texto refere-se às denúncias e chamados reiterados da Coreia Popular contra a aliança do sul com os Estados Unidos, traduzida principalmente em ações que representam uma ameaça militar e mantêm uma política de ingerência nas relações intercoreanas.

“O norte e o sul devem manter a independência estipulada nos três princípios de reunificação do país e da Declaração Conjunta, sustentar firmemente a posição de [fazê-lo] ‘entre nós, os compatriotas’ e respeitar e implementar fielmente as declarações conjuntas”, continua.

Evitar a agressão militar em prol das relações intercoreanas

O documento faz nova referência aos exercícios militares conjuntos realizados pelos “belicosos” estadunidenses e sul-coreanos, com simulações de guerra contra a Coreia Popular e o uso de armas nucleares na Península Coreana e em sua vizinhança.

“Por isso, cria uma situação tão crítica que um pequeno choque militar eventual pode desembocar em uma guerra total,” que causaria uma catástrofe nuclear “da qual nem mesmo os Estados Unidos pode estar a salvo.”

Além da nação coreana, ressalta o texto, citando o presidente, “também a sociedade internacional não deve permitir, em absoluto, as manobras de enfrentamento e de guerra dos belicistas do interior e do exterior do país, mas frustrá-las resolutamente,” com a necessidade de criação de um ambiente propício para a melhoria das relações intercoreanas.

“As relações entre o norte e o sul da Coreia reduzem-se aos laços sanguíneos dos membros da nação. A sociedade internacional expressa a sua grande simpatia pelo mandatário coreano que disse: ‘Provoca grande dor o simples fato de que a nação esteja dividida por culpa das forças estrangeiras.’ Também é intolerável promover a difamação, o antagonismo e a antipatia entre os compatriotas, situação que pode ser aproveitada pelas forças estrangeiras que não desejam a reunificação da Coreia.”

No mesmo sentido, o documento reafirma o chamado à Coreia do Sul pela renúncia ao enfrentamento imprudente contra a outra parte da nação, optando pela melhora das relações bilaterais, atentado à demanda dos compatriotas, a favor da independência, da democracia e da reunificação da pátria.

O presidente Kim Jong Un comprometeu-se a esforçar-se de modo ativo pela melhoria das relações intercoreanas e a desempenhar o papel de grande promotor da reunificação.