Referendo no Egito resulta na aprovação da nova Constituição

A nova Constituição do Egito foi aprovada através do referendo realizado nesta terça (14) e quarta-feira (15), de acordo com os resultados divulgados pelo Ministério do Interior, nesta sexta-feira (17). O retorno à constitucionalidade fica dependente, assim, da realização das eleições presidenciais e parlamentares, ainda neste ano.

Egito - Radwan Abul Magd/Almasry Alyoum/EPA

O texto constitucional, elaborado por um painel de 50 especialistas, nomeados pelo governo interino, foi aprovado por um referendo que contou com a participação de cerca de 40% dos eleitores, com os protestos e o boicote de alguns grupos que se opõem ao processo e à proposta.

Com a aprovação de 98% dos participantes, ainda assim, a nova Constituição deve abrir o caminho para o processo de redemocratização pelo qual diversos blocos políticos têm se manifestado, num processo que levou à derrubada do general Hosni Mubarak, em 2011, após três décadas de ditadura e, depois, em julho de 2013, pelo Exército, do ex-presidente Mohammed Mursi, cujo Partido da Liberdade e da Justiça é filiado à Irmandade Muçulmana.

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Diversos protestos e a repressão das forças de segurança contra simpatizantes da Irmandade Muçulmana e opositores do governo interino também foram notícia nesses dias que antecederam a votação e durante o referendo, com um saldo de 11 mortos, dezenas de feridos e mais de 400 presos nos primeiros dias. Mas as atenções agora se voltam para a realização das eleições, ressalta o portal de notícias Prensa Latina.

Além disso, como indica o próprio portal, os egípcios que compareceram ao referendo e aprovaram a Constituição refletem a posição para ultrapassar o debate sobre a característica da deposição de Mursi – golpe ou continuação da revolução – e continuar traçando o rumo para a democratização e o secularismo no país.

Embora não faltem críticas a diversas proposições na nova Constituição – como os tópicos em que as instituições militares voltam a ter garantido um poder maior, assim como à própria possibilidade de candidatura presidencial do general Abdel Fattah Al-Sisi, que liderou o movimento de deposição de Mursi em resposta às manifestações populares contrárias ao seu governo – a sua aprovação nas urnas pode ser avançada institucionalmente.

Com informações das agências,
Da redação do Vermelho