Commodities
Em nota, o economista da FGV Paulo Picchetti atribuiu essa evolução à projeção de maior dinamismo no mercado internacional. "O fortalecimento das expectativas nos setores de manufatura e serviços, associado à moderada melhoria da economia global, contribuíram para o avanço do Iace de dezembro", disse.
Para este primeiro semestre do ano, no entanto, a retomada do crescimento econômico ainda será pequena, prevê Picchetti. Ele justificou que o mercado de ações tem apresentado crescimento lento. Além disso, observou que a demanda interna segue em ritmo moderado e com poucas chances de mudança no curto prazo, em razão do aperto monetário adotado como estratégia de controle inflacionário. Para o economista do The Conference Board, Ataman Ozyildirim, o resultado do índice mostra que o pior momento da economia já está passando. "Projetamos crescimento econômico estável e até um ligeiro avanço no início deste ano", acrescentou.
O Iace, lançado em julho do ano passado, permite a comparação da economia brasileira com 11 países e regiões: China, Estados Unidos, Zona do Euro, Austrália, França, Alemanha, Japão, México, Coreia, Espanha e Reino Unido.
O levantamento conjunto sobre Indicador Antecedente Composto da Economia, que avalia as condições atuais do setor, teve declínio de 0,1% em dezembro, com a marca de 128,9 pontos, ante uma redução de 0,2% em novembro e um crescimento de 0,6% em outubro. Três dos seis componentes ajudaram na melhoria de desempenho. As exportações de commodities também constam no cálculo.
Retrocesso
Apesar dos números de longo prazo na macroeconomia, o momento foi de retrocesso para a indústria nacional. O faturamento do parque fabril brasileiro caiu 1,8% em novembro na comparação com outubro de 2013, na série com ajuste sazonal, informou a Confederação Nacional da Indústria (CNI), nesta sexta-feira (17). Os números estão no boletim Indicadores Industriais com números apurados mensalmente. O ajuste sazonal é necessário para evitar a interferência nos índices por conjunto de flutuações, como os fatores climáticos e feriados, entre outros.
A CNI informou que, no mesmo período, as horas trabalhadas na produção recuaram 0,6% e o nível de utilização da capacidade instalada diminuiu 0,2 ponto percentual e alcançou 82%. Pelo levantamento, foi o terceiro mês consecutivo de queda do faturamento na série de dados com ajuste sazonal. No acumulado entre janeiro e novembro de 2013, em relação ao mesmo período de 2012, o faturamento cresceu 4% e, na mesma base de comparação, as horas trabalhadas na produção ficaram estáveis, com leve expansão de 0,1%. A utilização da capacidade instalada aumentou 0,5 ponto percentual.
O resultado de novembro mostra que, mesmo com a retração da atividade naquele mês, o emprego na indústria aumentou 0,1%, e a massa real de salários cresceu 0,8%. O rendimento médio do trabalhador ficou estável ante outubro na série dessazonalizada. De janeiro a novembro de 2013, o emprego cresceu 0,7% e a massa real de salários subiu 2% em relação ao mesmo período de 2012, informou a CNI.
Fonte: Correio do Brasil