Publicado 23/01/2014 10:43 | Editado 04/03/2020 16:27
Brics. O acrônimo foi criado pelo professor Jim O’neil, chefe de pesquisa em economia global do grupo financeiro Goldman Sachs, para aludir ao fenômeno da nova reconfiguração geopolítica mundial, em que Brasil, Rússia, China, Índia e África do Sul despontam no concerto das nações como potências econômicas, prenunciando a era do multilateralismo ou, como querem alguns, das multipolaridades. O esforço de articulação e identificação de convergências e possibilidades de cooperação entre os estados que formam os Brics, irmanados na busca pelo desenvolvimento sustentável, a possibilidade mesma de fundação das bases de nova ordem política mundial, são todas iniciativas que se tem processado no âmbito das chamadas “Cúpulas dos Brics”, tendo a primeira destas cimeiras acontecido em Ecaterimburgo, Rússia, no ano de 2009.
Além do processo de conhecimento recíproco, aproximação entre países e povos com tantas singularidades e a elaboração de agendas comuns de desenvolvimento, outro desafio que se coloca aos aos ideólogos, estrategistas e executores de política externa destes países, quer-nos parecer, é a perspectiva de construção de nova institucionalidade que pautem ações e objetivos destes novos “gigantes” da cena política mundial, refletindo a nova correlação de forças que se desenha.
A criação de novos organismos internacionais adequados à promoção do desenvolvimento com justiça e sustentabilidade ecológica, a superação dos modelos impostos pelo contexto político-econômico do pós-segunda guerra, quando a bipolaridade Estados-Unidos x União das Repúblicas Socialistas Soviéticas e os tensos anos de Guerra-Fria davam ao mundo os contornos de seus interesses e medos, têm sido objeto de estudo e reflexão de tantos quantos se detém sobre o tema. A perenidade dessa articulação, que bem reflete o novo balanço de forças políticas e econômicas do planeta e prenuncia as novas hegemonias, dependerá certamente do êxito da empreitada.
Por decisão pessoal da presidenta Dilma Rousseff, impressionada com a grandeza do nosso Centro de Eventos, obra do governo Cid Gomes, a reunião da “VI cúpula Brics” teve o estado do Ceará escolhido para sediar importante encontro, que terá a presença de pelo menos cinco chefes de estado e suas comitivas, além de legião de jornalistas estrangeiros. Após sediar eventos como a Copa das Confederações e a Copa do Mundo de Futebol, ter entre nós evento dessa magnitude para o Brasil e para o mundo, é sinal inequívoco de que o Ceará entrou definitivamente na rota dos grandes eventos internacionais, para o incremento da indústria do turismo que tanto gera emprego e renda, além dos ganhos de visibilidade. Trabalhemos para o sucesso do evento!
*Hélio Leitão é advogado e assessor para assuntos internacionais do Governo do Estado do Ceará
Fonte: O Povo
Opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do site.