Mujica: Política abandonou filosofia; virou receituário econômico

“Eu tenho uma preocupação permanente. Temos que semear uma cultura de transformação porque dirigentes não mudam a história da humanidade; a história da humanidade é mudada somente pelos povos. Ainda assim, temos responsabilidades”, afirmou o presidente o Uruguai, José Pepe Mujica durante o encerramento da 2ª Cúpula da Celac ao pedir uma mudança na mentalidade dos atuais governos: “não se muda a história por decreto”.

“A globalização é um fato que vai a caminho do desastre e não formos capazes de fazer aflorar uma consciência”| Foto: Ismael Francisco/ Cubadebate

“Temos que defender a vida o que significa deixar pelo caminho as arestas do desperdício, da contaminação e da escravidão do tempo humano. (…) A mudança climática é uma obrigação humana. (…) Todos vamos pagar o custo com a vida humana. Por isso temos que nos integrar. Nenhum país tem peso para enfrentar sozinho esta incerteza”, refletiu.

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“Será longa esta marcha. Temos uma velha dívida. Vivemos mais de um século olhando para a Europa e os Estados Unidos. [Com a Celac] demos um passo fantástico, mas temos que construir uma inteligência a favor da integração. Integrar fronteiras, comunicação, saúde, segurança, cultura, universidades, pesquisas dos povos latinos”, pontuou.

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“A globalização é um fato que vai a caminho do desastre e não formos capazes de fazer aflorar uma consciência”. O mandatário questionou ainda a veracidade de que a região da Celac é uma área livre de armas nucleares: “como pode estar livre de armas nucleares nossas terras quando submarinos nucleares passeiam por nossas águas?”.

Mujica também opinou que “uma das desgraças da política é ter abandonado o campo da filosofia e ter se transformado em um receituário econômico. (…) Se seguirmos pensando somente no nosso, a civilização está condenada”, concluiu o presidente uruguaio.

Da Redação do Portal Vermelho,
Vanessa Martina Silva