Refugiados morrem afogados em perseguição na costa da Grécia

A guarda costeira da Grécia tentou rebocar um barco de imigrantes a alta velocidade para águas territoriais turcas, mas a embarcação começou a afundar. A guarda não prestou socorro aos náufragos e continuou a persegui-los, disparando até para o ar, de acordo com uma matéria do portal português Esquerda.Net, desta semana. No incidente, nove crianças e três mulheres morreram afogados no mar Egeu.

Refugiados morrem na costa da Grécia - Greek News

Um barco de pesca com 28 refugiados, 25 afegãos e três sírios que, vindo da Turquia, pretendia entrar na Grécia, foi abordado pela guarda costeira grega, que tentou rebocar a embarcação a alta velocidade para águas territoriais turcas. Entretanto o barco que transportava os refugiados começou a se encher de água e virou.

Enquanto os refugiados tentavam salvar-se, a guarda costeira não prestou ajuda à salvação aos náufragos, não lhes forneceu coletes de salvação, e disparou até para o ar, para impedir que os náufragos fossem para o navio grego.

A tragédia aconteceu às primeiras horas da segunda-feira (20), e foi denunciada ainda na semana passada, em coletiva de imprensa na praça Syntagma em Atenas.

Estiveram presentes na conferência de imprensa os 16 sobreviventes, organizações antirracistas, a rede social de apoio aos refugiados e imigrantes, representantes do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados e deputados do partido grego Syriza, que exige que o governo grego pare imediatamente de rebocar os barcos com refugiados para águas territoriais turcas e que seja realizada uma investigação independente.

Um dos refugiados, Fada Mohammad Ahmadi, em lágrimas, declarou na conferência de imprensa: “Perdi a minha mulher, a minha filha e os meus dois filhos. Eles foram intencionalmente lançados à água.”

Os presentes no ato apelaram à União Europeia para que reveja o acordo Dublin 2, uma regulação de 2003, e garanta distribuição justa das responsabilidades pelos migrantes entre os membros da organização. Desde a construção de uma cerca de arame farpado na fronteira terrestre entre a Turquia e a Grécia, em 2012-2013, já morreram 150 refugiados afogados.

São diversas as organizações internacionais de defesa dos direitos humanos que criticam a política europeia de migração, em geral, e a de recepção de refugiados, em particular, com a frequente luta para relegar responsabilidades uns aos outros.

Segundo o portal Esquerda.Net, o chefe da polícia da Grécia defende a estratégia de "tornar a vida insuportável" aos imigrantes e as fileiras das forças policiais e de segurança grega estão fortemente infiltradas por membros neonazistas do partido “Aurora Dourada”.

Com informações do portal Esquerda.Net