Comunistas ucranianos criam milícias contra violência fascista
Circulam em diversos portais de esquerda as notícias, desde este fim de semana, sobre a criação de milícias populares na Ucrânia, organizadas pelo Partido Comunista Ucraniano (PCU), para enfrentar as ações da direita fascista, que mergulharam o país na instabilidade e na violência política há mais de um mês.
Publicado 04/02/2014 12:29

Os comitês populares comunistas organizaram milícias contra as investidas neonazistas em Odessa, Stakhanov, Simferopol, Dnipropetrovsk, Louhansk e Zaporizhia, no leste do país.
O grupo que tem se manifestado contra o governo e a favor da integração à União Europeia, apelidados de “Euromaiden”, tem realizado diversas ações violentas e ocupado prédios do governo, apesar das propostas de negociação política.
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Segundo o portal do diário espanhol operário La República, a criação da milícia comunista de Zaporizhia foi anunciada pelo secretário-geral do PCU na região, Vitaly Misha. A iniciativa partiu dos próprios cidadãos e das organizações públicas, alarmados pela ameaça fascista, que criou estruturas paralelas de poder e seus próprios grupos de protestos.
Segundo o La República, os objetivos principais das milícias envolvem a criação de equipes de intervenção anti-fascista, impedir a ocupação de edifícios administrativos, lutar contra o vandalismo, proteger os monumentos em homenagem ao glorioso passado soviético da Ucrânia e opor-se ao fascismo com todo o empenho.
Foto: Efrem Lukatsky/AP
Fascistas destroem estátua de Lênin na capital ucraniana, Kiev.
A deputada comunista do Conselho Regional, Elena Semenenko, pediu a proibição do partido Svoboda (Liberdade) ultranacionalista e de extrema direita, que tem incitado os manifestantes a tomar os edifícios e a continuar protestando apesar das propostas de negociação e da dimensão violenta que as manifestações tomaram.
Em Louhansk, também no leste ucraniano, uma milícia de 200 pessoas foi criada pelos comunistas, que se preparam para responder aos “terroristas do Euromaidan”: A “função destes milícias é proteger os cidadãos e os edifícios públicos. Nosso objetivo é prevenir os conflitos e as provocações,” diz a secretaria-geral do PCU na região.
Uma manifestação na capital, Kiev, foi convocada para o sábado (8), com o convite aos voluntários que queiram somar-se às milícias, compostas por membros de oito coletivos e sindicatos, como o dos funcionários soviéticos, a Guarda Eslava, a União dos Cidadãos da Ucrânia, organizações de jovens e veteranos combatentes, funcionários públicos, entre outros.
Da redação do Vermelho,
Com informações do La República