Chanceler russo questiona ingerência europeia na crise da Ucrânia

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, censurou a União Europeia (UE), neste sábado (1º/2), por conduzir uma política de moral dúbia com relação à crise política na Ucrânia. Lavrov deu declarações durante a sua participação da 50ª Conferência de Segurança em Munique, na Alemanha.

União Europeia na Ucrânia - Vostock-Media/Reuters/Alexander Demianchuk

O chanceler russo dirigiu-se aos países ocidentais que apoiam os protestos violentos nas ruas ucranianas para perguntar-lhes sobre os vínculos existentes entre a incitação à violência e a “promoção dos princípios da democracia.”

Desta forma, Lavrov questionou a razão pela qual a UE está defendendo os protestos violentos e os ataques às forças de segurança perpetrados pelos manifestantes liderados pela oposição direitista ao governo do Partido das Regiões.

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“Por que destacados políticos europeus praticamente alentam tais ações, ainda que seus países detenham imediatamente, e com mão dura, os ataques contra o que é estipulado pela lei?”, indagou.

Na sexta-feira (31/1), um grupo de pessoas reuniu-se diante do consulado dos Estados Unidos na cidade russa de São Petesburgo para rechaçar mais uma ação de ingerência norte-americana na política doméstica da Ucrânia.

Assim como a UE, as autoridades estadunidenses retratam os protestos incitados pela direita, em detrimento das propostas de negociação avançadas pelo governo, como expressões “democráticas de luta pela liberdade política."

A mídia internacional enquadra os protestos como um reflexo da disputa entre a Rússia e o Ocidente por espaços de influência – uma vez que a eclosão das manifestações foi identificada na suspensão da assinatura de um acordo comercial entre a Ucrânia e a UE e o avanço das negociações para a adesão à União Aduaneira com a Rússia e outros vizinhos.

Já os comunistas ucranianos e outras forças da esquerda denunciam uma investida fascista orquestrada pela direita neonazista, que defende a integração à União Europeia, o que explicaria o apoio e a ingerência europeia na crise política a favor dos protestos liderados pela oposição.

Da redação do Vermelho,
Com informações das agências