Movimentos sociais realizam ato contra aumento do IPTU no dia 12
Na tarde desta quinta-feira (06/02), representantes de associações de moradores de bairros e de movimentos sociais estiveram reunidos no auditório do Sindicato dos Bancários, em Salvador, para discutir o aumento no IPTU. Na ocasião, ficou definida uma manifestação na próxima quarta-feira (12/02), em frente à Câmara de Vereadores, às 14h, quando acontecerá uma queima simbólica do carne do Imposto sobre a Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).
Publicado 06/02/2014 21:48 | Editado 04/03/2020 16:15

A reunião deliberou ainda sobre a criação de uma nota pública condenando o reajuste do IPTU, que será enviada à imprensa, e uma carta endereçada ao prefeito ACM Neto e ao presidente da Câmara, Paulo Câmara, solicitando a discussão do aumento no imposto com a sociedade. Os documentos serão assinados pelos movimentos sociais presentes na reunião. Um novo encontro foi agendado para a segunda-feira (10/02), às 16h, no Sindicato dos Bancários, para organizar a manifestação do dia 12.
De acordo com Olívia Santana, presidente do Comitê Municipal do PCdoB Salvador, o reajuste no IPTU é uma inconstitucionalidade, pois a partir de agora quem define o aumento é a prefeitura e não mais a Câmara. “Esse projeto foi aprovado a toque de caixa, sem ser discutido com a população. Em algumas áreas o reajuste foi de mais de 1.000%. Na verdade não houve reajuste do IPTU, o que aconteceu foi um aumento exorbitante.”
A dirigente política afirmou ainda que é necessário enfrentar a situação de forma organizada e que os direitos da classe trabalhadora devem estar em primeiro lugar. “Muitas pessoas de bairros populares sofreram com esse aumento. Nas áreas limítrofes, o reajuste foi absurdo. Nós somos defensores do Estatuto da Cidade. O PCdoB foi relator com o senador Inácio Arruda. Então, não vamos deixar essa questão da forma em que se encontra”, declarou.
Ari Sena, dirigente do PSB, afirmou que a população está vivendo uma situação insuportável em Salvador, pois a Prefeitura está retirando o poder da Câmara de Vereadores. “É preciso uma grande mobilização contra esse absurdo. Não podemos e nem permitiremos que Salvador volte a ser mal governada.”
João Pereira, presidente da Federação das Associações de Bairros de Salvador (FABS), afirmou que essa não é uma luta comunitária, mas de toda a população da cidade. Segundo ele, é preciso um IPTU que faça justiça tributária e beneficie a estruturação urbana, mas da forma que está acontecendo é inaceitável. “Precisamos de um IPTU progressivo. E Antes de apresentar o aumento, é necessário discutir com o povo. Quem está sendo atingido com esse reajuste exorbitante é a classe trabalhadora”.
O encontro contou ainda com a presença de representantes da União da Juventude Socialista (UJS), da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e de sindicatos de trabalhadores.
De Salvador,
Ana Emília Ribeiro