Comunista diz estar pronta para assumir ministério no Chile

A comunista Claudia Pascual, futura ministra do Serviço Nacional da Mulher (Sernam) do Chile, falou com exclusividade para o jornal El Siglo e afirmou que "é belo o desafio de trabalhar pelos direitos das mulheres chilenas. Há um compromisso no programa da presidenta Michelle Bachelet, sobre a igualdade de género, o que é essencial". Ela disse ainda que "é fundamental envolver as mulheres na promoção e defesa dos seus direitos".

Comunista diz estar pronta para assumir ministério no Chile - Reprodução

Entrevistada pelos jornalistas Fernando Quilodran e José Luis Códova, a ministra escolhida por Michelle Bachelet afirmou que vai "trabalhar duro para cumprir a agenda da presidenta em termos de objetivos de equidade de gênero. Nesta área há uma nova agenda do governo e lembro você de coisas essenciais levantadas no programa, como a intensão de gerenciar a criação do Ministério da Mulher já nos primeiros cem dias”.

Claudia Pascual é membro do Comitê Político do Partido Comunista e vereadora de Santiago, onde conquistou a primeira maioria. Ela é antropóloga por formação e fez parte da Liga da Juventude Comunista, onde atuou como encarregada universitária e passou vários anos na luta pelos direitos das mulheres.

Na entrevista para o El Siglo, Claudia levantou alguns dos problemas atuais do setor feminino. "O Chile tem que assumir desafios cruciais para que os direitos dos suas cidadãs sejam respeitados e se materializem”, disse ela, que emendou: “As mulheres ainda ganham menos salários do que os homens quando realizam a mesma função; temos um alto índice de feminicídio e violência contra as mulheres; há pouca representação em cargos públicos e privados; e temos deficiências na garantia de acesso ao trabalho".

Ela acrescentou ainda que há "toda a questão de trabalhar em casa e assumir o papel de mãe, por isso, precisamos desenvolver políticas e critérios que têm a ver com a partilha das funções entre os casais para melhorar as condições de trabalho e de acesso. E não podemos esquecer os direitos sexuais e reprodutivos".

Perguntado se está em uma nova etapa de sua "carreira política", a futura ministra disse: "eu entrei no Partido Comunista e ao trabalho político e social para participar de uma tarefa transformadora, mas não para fazer uma carreira política. Eu não entrei na política pensando em seguir uma carreira funcionária. Nunca gostei que a política fosse vista dessa maneira”.

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Quanto ao significado da comunista ser nomeada ministra após 41 anos que não isso não acontecia no Chile (a última comunista foi Mireya Baltra, ministra do Trabalho do governo de Salvador Allende), Claudia Pascual disse que "é extremamente importante" e que "tem um simbolismo especial e é claro que tenho orgulho de ser a segunda mulher na história do Partido Comunista ocupar um ministério".

Claudia enfatizou que "é de extrema importância poder nos dedicar com muito esforço para realizar o cumprimento do programa. Isso é o que as pessoas votaram e é a isso que devemos nos dedicar", finalizou.

Théa Rodrigues, da redação do Vermelho,
Com informações do El Siglo