Bloco dos Valetes leva o clima dos antigos carnavais para BH

Fruto de uma parceria entre integrantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), servidores da Prefeitura de Contagem e a Orquestra Mineira de Brega, o bloco desfilou ao som de músicas românticas de todos os tempos.

Se para muitos foliões o principal era a diversão, o ativista Pedro Martins, do movimento Salve Santa Tereza, vê na festa uma oportunidade de falar também de política. “Estão querendo acabar com o nosso bairro, mas não vamos deixar. O Carnaval também é resistência”, afirma.

Integrante da diretoria dos Valetes, Fernando Máximo concorda e faz coro com Martins. “O bloco vem numa posição de ocupação do espaço público. É muito bonito ver esse movimento mais politizado do Carnaval em Belo Horizonte, mas sem deixar a diversão de lado”, pontua.

Os Valetes — que já participaram de outros Carnavais pelo Brasil, como em Olinda, Salvador e Rio de Janeiro — estrearam na capital mineira. “Mas sentíamos falta de tocar na nossa casa, em Belo Horizonte. Rodamos o país, mas aqui tem um gostinho especial”, confessa.

Inspirados em figuras do baralho, os valetes recuperaram o clima dos antigos Carnavais, com figuras românticas e brincadeiras ingênuas deste imaginário, como o campeonato de cantadas e correio de elegante.

Entre os foliões, estavam pessoas que souberam da festa pelas redes sociais e muitos moradores da região Leste de BH e de Contagem – por sinal, os ritmistas da bateria eram da cidade vizinha. Funcionária da Prefeitura de Contagem, Juliana Andrade, de 25 anos, nunca havia brincado em um bloco carnavalesco na capital mineira. “Eu nem sabia que havia tantos blocos em Belo Horizonte. Estou adorando e pretendo passar meu Carnaval aqui”, afirmou a funcionária pública.

A folia se estendeu até às 19 horas, horário estabelecido pela Prefeitura para se encerrar os eventos na Praça Santa Tereza.

Informações do Estado de Minas e do jornal Hoje em Dia