Opositores e governistas voltam às ruas na Venezuela

Após dias consecutivos de protestos na Venezuela, o opositor Leopoldo López mudou o ponto de partida da marcha que convocou para esta terça-feira (18), em Caracas, por meio de um vídeo. O anúncio da mudança veio após o presidente Nicolás Maduro chamar uma marcha de trabalhadores petrolíferos que deverá sair da Praça Venezuela, mas rumo ao Palácio de Miraflores. A modificação impede que as duas manifestações saiam do mesmo local. 

Opositores e governistas voltam às ruas na Venezuela - AVN

López convocou simpatizantes para saírem às ruas e acompanhá-lo em manifestações que chamou de "resistência", antes que ele se apresente à Justiça. Ele manteve o plano de manifestações, ainda que o governo tenha dito que ele será capturado. Ele disse no último domingo (16), por meio do Twitter, que vai marchar junto com manifestantes. Em um vídeo, o opositor afirma que estará “mostrando a cara a todos” e que não tem nada a temer.

O líder do Partido da Vontade Popular é procurado pela justiça por delitos como incitação ao crime, intimidação pública, danos à propriedade pública e homicídio doloso e executado por razões triviais. O governo venezuelano considera que López é o autor intelectual da violência nos protestos que deixaram três mortos e dezenas de feridos na última quarta-feira (12).

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Ao lado da deputada opositora María Corina Machado, López lidera há algumas semanas uma campanha denominada “A Saída”, com a qual pretende ir às ruas até que haja uma mudança “total e profunda dos que conduzem o Poder Nacional”.

O presidente Nicolás Maduro também convocou a população que o apoia para uma marcha pela paz, contra as manifestações “da direita fascista”. A Agência Venezuelana de Notícias (AVN) publicou nesta segunda-feira (17) uma matéria que confirma o chamado à mobilização por parte do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV).

Sendo assim, um grupo de trabalhadores petroleiros e pessoas favoráveis ao governo, caminharão da Praça Venezuela até o palácio de Miraflores, no centro da capital. Por outro lado, a oposição a acompanhará López “até certo ponto” para que ele "se entregue às autoridades na sede do Ministério do Interior", também no centro de Caracas.

Violência

A ministra de Comunicação e Informação, Delcy Rodríguez, afirmou, em sua conta no Twitter, que grupos de direita teriam planos de ações violentas para hoje. Ela comentou a denúncia vinculada na estatal Venezuelana de Televisão (VTV), que revela que representantes da direita teriam contratado 300 sicários (como são chamados assassinos contratados) para promover a violência na capital durante as marchas.

Plano de pacificação

O presidente Nicolás Maduro escreveu em seu Twitter, na noite de ontem, que pretende acelerar o plano de pacificação para “vencer os antivalores que geram a violência”. O plano nacional contém dez linhas estratégicas que deverão ser aplicadas nos 24 estados do país.

Da redação do Vermelho,
Com infromações da AVN, Telesur e agências de notícias