Trabalhadores do Centro Paula Souza iniciam greve

Os trabalhadores das Escolas Técnicas (ETCs) e Faculdades de Tecnologia Estaduais (Fatecs), do Centro Paula Souza, em São Paulo, estão em greve desde a segunda-feira (17) para reivindicar melhores condições de trabalho e um plano de cargos e salários para a categoria. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps), a greve começou forte em todo o estado, atendendo à expectativa do que já era esperado nas assembleias que decidiram pela paralisação por tempo indeterminado.


Ato público na segunda / Foto: Sinteps/divulgação

A estimativa do sindicato é que cerca de 80 unidades paralisaram no primeiro dia, entre elas as maiores e mais tradicionais, correspondendo a cerca de 40% dos trabalhadores do Centro Paula Souza. Em todo o estado, são 221 ETCs e 56 Fatecs onde estudam 150 mil jovens. A expectativa é que o movimento se espalhe rapidamente pelas demais. Em toda a história do Sindicato, este é o início de greve com maior adesão da categoria.

Um ato público em frente às Secretarias de Gestão e de Desenvolvimento, com representações de várias regiões, na segunda, lançou oficialmente a mobilização. Uma comissão de oito representantes foi recebida pelo secretário de Desenvolvimento, Rodrigo Garcia, que repetiu o que já havia sido divulgado pela Superintendência do Ceeteps, de que o governo está se “empenhando” para enviar o projeto de lei com a carreira para a Assembleia Legislativa (Alesp) até sexta-feira (28), véspera do feriadão de Carnaval. Assim, segundo o secretário, os deputados teriam cerca de 30 dias para discuti-lo e aprová-lo antes de 5/4, data limite para votação, por conta do ano eleitoral.

Garcia ouviu duras críticas dos presentes, desde a quebra de compromisso do governo, que não honrou a promessa de aprovar o plano no ano passado. Existem rumores, inclusive, de que itens importantes do plano de carreira poderiam ser cortados. O Sinteps denuncia que os salários estão defesados e as escolas precarizadas.

O secretário revelou a existência de “visões diferentes” sobre o plano dentro do governo, com algumas secretarias questionando vários pontos do projeto inicial, negociado entre o Sindicato e o Ceeteps. A decisão final sobre estas divergências caberá à Comissão de Política Salarial, composta pelas secretarias da Fazenda, Planejamento e Casa Civil, onde o plano está neste momento.

A presidente do Sinteps, Silvia Elena de Lima, criticou a ausência de informações desde o final do ano passado. “Queremos saber exatamente como está o plano para poder reivindicar melhorias, seja no âmbito do governo, seja na Assembleia Legislativa”, disse.

A greve continua

Diante da intransigência do governo, que insiste em tratar a carreira dos trabalhadores do Ceeteps de forma burocrática e morosa, o indicativo do ato público é pela continuidade e ampliação da greve.

Nesta terça-feira (18), o Comando Geral de Greve se reuniu durante toda a tarde, na sede da entidade sindical.

O Centro Paula Souza publicou uma nota na noite de ontem informando que a Superintendência do Centro Paula Souza se reuniu na mesma data, com representantes das secretarias da Casa Civil, Desenvolvimento Econômico, Fazenda, Gestão Pública e Planejamento – que compõem a Comissão de Política Salarial do Governo do Estado – quando foi definido que o Plano de Carreira e Empregos Públicos será encaminhado à Assembleia Legislativa no dia 28 de fevereiro. De acordo com o governo, discute-se ainda como equacionar o cronograma financeiro do plano "tendo em vista o alto impacto de sua implantação". No entanto, o mesmo ainda não foi divulgado, nem mesmo ao Sinteps, que representa os funcionários e professores.

Da redação do Vermelho com Sinteps