Cortes draconianos ameaçam fundos de pensão na Grécia

A crescente taxa de desemprego, os cortes orçamentais e o maior número de aposentados colocam em risco o futuro dos fundos públicos de pensões de acordo com o relatório apresentado hoje pela Confederação Geral de Trabalhadores da Grécia (GSEE).

O documento prevê que ao longo deste ano o índice do desemprego aumentará até atingir 31,5% da população ativa, dos 28 por cento atuais, o que causará perdas de até 8 bilhões de euros apenas no principal fundo da Segurança Social, o IKA.

Para os responsáveis pelo estudo, o Instituto Trabalhista da GSEE, as medidas do governo para impedir a quebra dos organismos de pensões são contraproducentes, pois alimentam a destruição do emprego e a precariedade do existente, além de serem permissivas com a fraude nas cotações.

Segundo o relatório revelou, o pequeno número de trabalhadores e os cortes salariais geraram no último ano uma queda de 10.500 bilhões de euros nas arrecadações, enquanto que a falta de pagamento dos empregadores e outras formas de contratação que não exigem que os empregados sejam assegurados, tiraram mais 8,5 bilhões.

Calcula-se que um em cada três trabalhadores na Grécia não contribui com a segurança social, mas a situação no IKA se agrava também, pois acumula 7,5 bilhões de euros por falta de pagamentos, enquanto suas despesas passaram entre 2011 e 2012 para cerca de 300 milhões devido ao aumento no número de pensionistas.

Segundo o diretor do Instituto Trabalhista, Savvas Rompolis, a quebra do sistema será inevitável se não os fundos não receberem mais recursos enquanto se trabalha na melhoria dos métodos de arrecadação e cobrança de dívidas, bem como os controles que evitem a insegurança trabalhista.

Pelo contrário, o orçamento estatal para 2014 caminha em direção oposta pois contempla um importante corte no financiamento dos fundos públicos de pensões, que passará de 10,5 bilhões de euros para 8,7.

Fonte: Prensa Latina