Ianukovitch denuncia golpe de Estado na Ucrânia

Em entrevista a uma emissora de televisão ucraniana, o presidente do país, Viktor Ianukovitch, declarou que seu governo é vítima de um golpe de Estado. Sua declaração foi feita longe de Kíev, capital do país, onde opositores invadiram o palácio presidencial.

Ianukovitch também disse que não tem a intenção de renunciar nem de deixar o país, como acusaram os líderes da oposição. Ele está em Kharkov, no leste do país, afirmando que a região é mais segura que a parte ocidental do país.

Ao mesmo tempo, o congresso do país, chamado Vierhovni Rada (Conselho Supremo, mesmo nome que tinha na época soviética) "destituiu" o presidente e "convocou" eleições para 25 de maio.

A resolução foi adotada em caráter de urgência, sem debate prévio e, além disso, foi aprovada a soltura da ex-primeira-ministra Iúlia Timochenko, detida por corrpução e suborno.

Ianukovitch comparou a situação na Ucrânia com a tomada do poder pelos nazistas na Alemanha na década de 1930, agregando também que as decisões tomadas pelo Parlamento neste sábado (22) são ilegais.

Para ele, a oposição é formada por “gângsters”, assegurando que não irá negociar com eles. "Adotamos duas leis sobre anistia, demos todos os passos que estabilizariam a situação política no país. Mas passou o que se passou", disse.

"Me informaram que existem pessoas que estão sendo perseguidas. Eu faço todo o possível para defender o povo, para que possa comparecer ao trabalho e às escolas, e para deter o derramamento de sangue", afirmou. "Esta não é oposição, são bandidos. Na saída do Parlamento batem, lançam pedras e intimidam", criticou.

Um acordo assinado entre Ianukovitch e os líderes da oposição nesta sexta-feira (21) determinou a realização de eleições presidenciais antecipadas no país e a volta à Constituição de 2004, que reduz os poderes presidenciais. O acordo também previa a formação de um "governo de unidade", em uma tentativa de solucionar a violenta crise política.

Os protestos foram iniciados pela oposição de extrema direita no final de novembro, quando Ianukovitch decidiu recusar um acordo péssimo para o país, que atolaria a economia e a faria depender completamente da União Europeia (UE) e estava em negociação há três anos. A opção adotada pela presidência do país foi fechar negócio com a Rússia, considerado por muitos analistas econômicos da região como mais desejável que o tratado com a UE.

Do Portal Vermelho, com agências