Na Ucrânia, oposição desrespeita acordo e ocupa palácio

As autodefesas do Maidan, linha de frente da oposição ultradireitista da ucraniana no enfrentamento com a polícia, ocuparam na madrugada deste sábado (22) as ruas do centro de Kiev e os principais acessos aos prédios públicos da cidade, incluindo o palácio presidencial. Relatos da imprensa internacional apontam que a polícia não está no local e que os manifestantes têm trânsito livre na capital.

Em meio a grave crise, não há informações oficiais sobre o presidente Viktor Yanukovich: seu paradeiro é desconhecido. De acordo com o jornal El Pais, o mandatário pode ter viajado para cidade de Járkov, no oeste da Ucrânia, onde conta com o apoio de deputados aliados ao seu partido. Mas, é possível ainda que Yanukovich tenha deixado a sede do governo para dar início a transição política.

Segundo informações da Agência Efe, os opositores também ocuparam a residência Mezhigorie, a casa de campo de Yanukovich, situada a cerca de 20 quilômetros ao norte da capital. Em todo país, prédios públicos são alvo de manifestações.

A pressão fez com que o líder do Parlamento ucraniano, Volodymyr Rybak, aliado do presidente Yanukovich, renunciasse na manhã de hoje. De acordo com o portal Público.es, ele será substituído por Oleksander Turchnynov, um dos nomes mais expoentes da oposição.

Segundo informações do jornal The New York Times, membros de um grupo de oposição da cidade de Lviv chamados de "The 31st Hundred" (a Trigésima Primeira Centena, em português), — carregando porretes e alguns deles portando máscaras — controlavam as entradas do prédio presidencial na manhã deste sábado. Eles não ocupavam o interior do edifício, mas mantinham membros no entorno do palácio. O grupo teve a garantia dos chefes de segurança do governo de que não serão mais alvo de disparos.

Acordo

Na sexta (21), em mais uma tentativa de evitar novas mortes, Yanukovich se reuniu com líderes da oposição para assinar um acordo para realização de eleições antecipadas, uma reforma constitucional e um governo de unidade nacional.

No entanto, mesmo com parte da cúpula da diplomacia europeia dando respaldo ao acordo, a trégua fracassou e a violência voltou a tomar conta de Kiev. Segundo informações da imprensa europeia, grupos ligados à ultradireita ucraniana se negavam a negociar e exigiam a imediata renúncia do presidente.

Segundo o governo ucraniano, o número de mortos subiu para 75 nesta semana, quando os conflitos tomaram grandes proporções.

Com informações do Opera Mundi e agências