Rússia faz apelo pela estabilidade na Ucrânia

O presidente russo, Vladimir Putin, acentuou neste sábado (22) a necessidade de tomar medidas urgentes para estabilizar a situação na Ucrânia, agudizada pelas ações intransigentes dos grupos radicais nacionalistas e de extrema direita, que atuam com total impunidade.

Em uma conversa telefônica com seu par estadounidense Barack Obama, Putin sublinhou que a oposição radical conduziu a confrontação até níveis extremamente perigosos, assinala um comunicado divulgado neste sábado pelo serviço de imprensa do Kremlin.

Anteriormente, o chanceler Serguei Lavrov condenou de maneira enérgica as ações dos setores radicais na Ucrânia e chamou à União Européia a manifestar com clareza sua rejeição a essas atitudes.

Putin nomeou nesta semana o diplomata da Rússia, Vladimir Lukin, cujo mandato concluiu em fevereiro, a participar como mediador nas negociações entre o Governo de Ucrânia e a oposição.

O nome de Lukin não figurou na lista de testemunhas internacionais que assinaram o acordo na sexta (21), entre o presidente Víktor Yanukóvich e os três líderes opositores.

Depois de concluir as prolongadas e complicadas práticas ontem em Kiev, fontes russas afirmaram que Lukin teria se recusado a assinar o documento, sem mais detalhes ao respeito.

De acordo com uma nota da Chancelaria de Rússia, no momento de incorporar o mediador russo nas negociações o texto do acordo estava praticamente pronto.

Na opinião de Lukin, o governo da Ucrânia e a oposição eram quem deviam procurar um consenso entre eles.

No entanto, o Ministério de Exteriores declara que pesa o fato do enviado russo não ter assinado a documento como fizeram os ministros europeus. Entretanto, o fato não significa que Rússia não esteja interessada na busca de compromissos que freiem de imediato o derramamento de sangue e conduzam a situação pelo marco legal.

"Pelo contrário, estaremos dispostos a seguir prestando assistência aos ucranianos, prévia solicitação, para normalizar a situação, pontuada pelo comunicado oficial", disse o Ministério de Exteriores.

A diplomacia russa considera que processos cruciais para a Ucrânia como a reforma da Constituição deveriam ser levado a cabo com a plena participação dos partidos políticos e regiões, e submetê-lo a um referendo nacional.

A Rússia faz questão de frisar que devem ser tomadas medidas práticas recíprocas para tranquilizar a situação e propiciar a reconciliação nacional, mas qualquer forma de mediação deve ser feita com pleno respeito à soberania do Estado ucraniano, reitera a Chancelaria.

O acordo assinado pelo presidente Yanukóvich e os líderes opositores das três grupos pró-ocidentais foi subscrito também pelo titular de Exteriores da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier; pelo chanceler de Polônia, Radoslaw Sikorski e pelo titular da Europa Continental do Ministério de Exteriores do França, Eric Fournier.

Fonte: Prensa Latina