Líder do PCdoB destaca aproximação do governo com deputados

A líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), confirmou a ida de 12 ministros que farão agenda na Câmara, para ouvir os líderes e os parlamentares, para que as demandas políticas possam ser respondidas pelo governo. Esse foi um dos resultados da reunião da base aliada com o presidente em exercício, Michel Temer, na segunda-feira (24).

Segundo a parlamentar, a reunião foi realizada “em função da formação de um bloco, chamado ‘blocão’, que envolve partidos da base, que anunciou pautas e tensionamentos com o governo”.

Ela disse que os “nós saímos de lá um pouco mais harmonizados, mas obviamente a questão do ‘blocão’ não está resolvido porque é preciso ficar mais claro, a partir do ‘bloção’, que é liderado pelo líder do PMDB (deputado Eduardo Cunha, do Rio de Janeiro), quais as razões exatas da existência desse ‘blocão’”.

Ela disse que a reunião não debateu o assunto, se concentrando na discussão de uma agenda positiva e de como evitar as divisões da base, por meio de uma ligação mais regular com os líderes e definição da pauta estratégica.

“(A reunião) foi feita para reconstruir uma relação harmônica da base com o governo, definir pauta estratégia e azeitar a relação política dos ministérios com as demandas no que tange projetos e pautas e retorno do governo, porque existe muita reclamação de não haver retorno às lideranças na discussão de pauta e aplicação de programas do governo nos estados e cidades”, explicou Jandira.

Desdobramentos

O líder do governo na Câmara, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), também comentou os desdobramentos do encontro que reuniu diversos líderes governistas da Câmara com Temer, e os ministros da Casa Civil, Aloizio Mercadante e de Relações Institucionais, Ideli Salvatti.

Chinaglia confirmou as palavras de Jandira, ao dizer que a reunião serviu principalmente para os líderes apresentarem suas demandas diretamente ao governo, uma vez que muitos reclamavam uma maior aproximação. Ele disse ainda que diversos líderes alegam que não conseguem falar com determinados ministros e criticam o não cumprimento, por parte de alguns ministérios, do compromisso de liberar recursos para emendas, por exemplo, para atender demandas de municípios.

“O encaminhamento dado ao final da reunião foi de que pelo menos 12 ministros virão na liderança do governo para se reunir com todos os líderes da base e, em seguida, vão atender todos os deputados que manifestarem interesse em dialogar com um ministério”, disse Chinaglia, acrescentando que a vinda dos ministros à Câmara deverá ocorrer após a semana do Carnaval.

O líder do governo na Câmara informou ainda que a ideia da reaproximação com os ministros é também buscar um acordo entre Legislativo e Executivo para uma pauta estratégica para o primeiro semestre. “Nós não queremos que a Câmara e o governo, cada um no seu papel, tenham limitações em ano eleitoral”, disse.

A mobilização do governo quer apaziguar a movimentação de líderes da base aliada – PMDB, PP, PR, PTB, PDT, Pros, PSC e o oposicionista Solidariedade -, que somam mais de 250 dos 513 deputados, formaram um bloco informal para atuar de maneira independente.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), afirmou que a formação desse bloco informal não significa o movimento de oposição à presidente Dilma.

De Brasília
Márcia Xavier
Com agências