Por Fatecs e ETCs, 5 mil marcham na Avenida Paulista
‘’Governador, não leve a mal, a gente quer a Fatec do comercial’’. Foi ao som de palavras de ordem e muitas reivindicações que estudantes e professores realizaram na tarde da última terça-feira (26/2), o segundo ato em defesa de mais qualidade para as Fatecs e Etecs do estado de São Paulo, na Avenida Paulista, coração da cidade.
Publicado 26/02/2014 16:58
Mostradas nas propagandas como modelos de referência, as instituições são consideradas as ‘’joias da coroa’’ do governo paulista. Contudo, a realidade que se vê nas salas de aula, é outra. A falta de estrutura e condições dignas para seus funcionários e professores ficou evidente após o início da greve, em 17 de fevereiro.
Com a presença de mais de 5 mil pessoas, o movimento ocupou uma das faixas da avenida e marchou sentido Alameda Santos, rua que abriga o prédio da Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. Na pauta estavam a construção de um plano de carreira para professores e funcionários, reajuste salarial e melhorias nas estruturas das instituições com mais assistência estudantil, bolsas de iniciação científica, mais laboratórios e bibliotecas para os alunos.
‘’O que podemos ver mais uma vez foi a unidade dos professores e estudantes. Estamos fortes construindo uma greve que não será em vão’’, falou a presidenta da UEE-SP, Carina Vitral.
Participaram também os deputados João Paulo Rillo (PT-SP), presidente da comissão de educação do estado e o também deputado Carlos Gianazzi (PSOL-SP). Para Rillo, as Fatecs e Etecs mostradas nas propagandas televisivas AQUI ELE FALA… não demonstram a realidade vivida nas salas de aula.
‘’O governo paulista insiste em perpetuar as péssimas condições de salário e de trabalho nas Etecs e Fatecs. Apesar da propaganda, a realidade é outra. Há falta de professores e funcionários, desmotivados por salários considerados os piores na Educação Profissional e Tecnológica do Brasil’’, bradou do alto do carro de som.
Ao final da passeata, estudantes e professores realizaram um ato em frente à Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Regional. No entanto, ninguém apareceu para recebê-los.
‘’Chegamos para conversar com o secretário, mas não havia ninguém no prédio’’, afirmou o presidente do DCE-Fatec, Arthur Miranda.
Negociações
No último dia 12 de fevereiro, o governo anunciou um reajuste salarial de 11% para professores e servidores administrativos. Para os professores, contudo, a proposta não é suficiente.
“Estamos sem aumento há seis anos e um reajuste de 11% não repõe nada. Não dá para voltar ao trabalho desse jeito. Acredito que a partir de segunda-feira (30), a adesão vá aumentar”, disse o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Centro Paula Souza (Sinteps) , Salvador dos Santos Filho, em entrevista ao Portal G1.
Após ser recepcionado em Americana (SP) com um protesto de estudantes, o governador Geraldo Alckmin (PSDB) se comprometeu a enviar à Assembleia Legislativa até quinta-feira (27/2) o projeto do novo plano de carreira dos servidores das instituições.
‘’O governo aposta na nossa desmobilização, mas isso não acontecerá. Continuaremos lutando para que a pauta dos professores e também dos estudantes sejam atendidas. A luta segue pelas Fatecs e Etecs iguais às do comercial’’, falou a presidenta da UEE-SP.
Um novo ato está marcado para acontecer no próximo dia 11/3, com saída da Avenida Paulista e caminhada até a Assembleia Legislativa do Estado.
Fonte: Site da UNE