Professores de SP permanecem em greve, mas diálogo continua

Os professores da rede municipal de ensino de São Paulo decidiram nesta quinta-feira (15), manter a greve que teve início em 23 de abril deste ano. Segundo o Sindicato dos Profissionais em Educação no Ensino Municipal de São Paulo (Sinpeem), em torno de 10 mil pessoas participaram da manifestação, que chegou a fechar os dois sentidos da Avenida 23 de Maio (uma das principais vias de acesso na capital), por mais de duas horas. Uma nova manifestação foi marcada para a próxima terça-feira (20).

Professores - Reprodução

A concentração teve início por volta das 14 horas, no bairro da Vila Mariana, em frente à Secretaria Municipal de São Paulo. Houve uma proposta de negociação por parte da Secretaria, que foi rejeitada pelos professores.

Uma das reivindicações é pela incorporação de bônus de 15,38% anunciado pela prefeitura para os profissionais que recebem o piso salarial. A gestão municipal concorda com a incorporação, mas somente no ano que vem. O sindicato exige que pelo menos um terço seja garantido agora.

Durante a manifestação, a categoria deixou claro que não era o bônus salarial a única pauta reivindicada. O sucateamento em que as escolas municipais se encontram e a segurança dos professores foram questões levantadas.

Por meio de nota lançada à imprensa na última terça-feira (13), a Secretaria Municipal de Educação informou que o prefeito Fernando Haddad encaminhou um projeto de lei para aumentar o piso salarial dos professores, gestores e do quadro de apoio à educação em 15,38% . A medida elevaria para R$ 3 mil o piso dos professores com jornada semanal de 40 horas-aula retroativamente a 1º de maio.

O maior piso da categoria

Segundo a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), que congrega todos os sindicatos, São Paulo tem o maior piso da categoria. Com os 15% de reajuste para quem ganha o piso e 13% para os demais, incluindo os aposentados, nos coloca na condição de valorização do professor e do magistério. Esse reajuste colocou a categoria em São Paulo em um patamar de distinção dos pares de outras cidades e estado, dentro do país”, afirmou o prefeito nesta última quarta-feira (14).

Na última terça-feira (13), os professores também saíram às ruas. A concentração foi na avenida Paulista e seguiu até a Prefeitura. A estimativa é de que 5 mil professores participaram da passeata.

Projeto de lei

O projeto de lei que prevê o reajuste para os professores da rede municipal foi enviado à Câmara Municipal na semana passada para apreciação dos vereadores. Além da elevação do piso, todos os outros demais profissionais da Educação, incluindo os 28,5 mil aposentados ou inativos, também terão reajuste e receberão aumento de 13,43% nos salários.

De acordo com o secretário municipal da Educação, César Callegari, somado ao reajuste de 10,19% dado a categoria no ano passado, esse aumento representa o esforço da Prefeitura pela valorização dos profissionais. A elevação do piso e o reajuste dado a toda categoria representam um aumento de R$ 622 milhões na folha de pagamento somente neste ano.

Desde 2011, cerca de 20 mil professores que recebem somente o piso salarial não vinham tendo aumento dos rendimentos, mas apenas os benefícios de incorporação de partes de abonos concedidos em anos anteriores.

Da redação Laís Gouveia,
Com agências