UBM convoca todos e todas a boicotar produtos da Adidas

A Ouvidoria da Secretaria de Políticas para as Mulheres recebeu diversas denúncias sobre a comercialização de camisetas com conotação sexual e ofensiva às mulheres brasileiras, desenvolvidas pela empresa Adidas. Em resposta à carta da União Brasileira de Mulheres (UBM), o órgão assegurou que tomou todas as providências para paralisar a comercialização dos produtos. A UBM propõe que todas e todos boicotem os produtos da Adidas.

“No perverso modo de produção capitalista, em sua fase imperialista isto ainda é mais evidente, tudo é permitido em favor do lucro. Até mesmo estampar o corpo das mulheres como objeto ou mercadoria. Vender produtos, associando ao corpo da mulher é prática deste modelo excludente”, declarou ao Vermelho Elza Campos, coordenadora nacional da UBM, que faz a seguinte convocação: “Conclamamos a todas e todos que boicotem todos os produtos desta Empresa que não tem a mínima noção dos direitos humanos ."

A entidade já havia repudiado veementemente, em nota, “a tentativa da Adidas de comercializar camisetas com imagem de apelo e conteúdo sexual”. Depois, a dirigente ubemista Flávia Costa, de Guarulhos, encaminhou uma carta-denúncia à Ouvidoria da SPM, se somando às demais manifestações – como a da Embratrur e da própria Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Na terça-feira (25/2), foi publicada uma nota de repúdio da Ministra Eleonora Meniccuci, onde a mesma exigia que a empresa Adidas se retratasse publicamente e parasse a distribuição de tais produtos feitos para a Copa de 2014. Além disso, propôs uma medida concreta de reparo pela ofensa cometida.

De acordo com a ouvidora Maria Jone Barreto, a Ouvidoria da SPM, ligada à Presidência da República, relatou oficialmente os ministérios dos Esportes, do Turismo, das Relações Exteriores, assim como a Ouvidoria da citada empresa e a Ouvidoria da Embratur.

“Não podemos permitir que a pretexto da Copa do Mundo, uma empresa multinacional se aproprie deste evento e o faça com total desrespeito às mulheres e a todos os brasileiros”, completou a coordenadora nacional da UBM. E reforçou: “A UBM entende que esta associação da imagem com a Copa do Mundo estampada na camiseta, produz um estimulo ao turismo sexual, pratica esta criminosa e constitui-se como uma violação dos direitos humanos das meninas e mulheres”.

Após a repercussão negativa e os posicionamentos contrários aos produtos, a Adidas anunciou a suspensão da venda das camisetas.

Deborah Moreira
Da redação do Vermelho