Federação Sindical Mundial reage ao novo governo na Ucrânia

Reagindo ao desenvolvimento da crise política na Ucrânia, a Federação Sindical Mundial (FSM) emitiu uma nota, na terça-feira (4), em repúdio ao novo governo daquele país, “formado por forças políticas reacionárias e opostas aos trabalhadores.” Desde novembro do ano passado, a intensificação dos protestos e a ascensão do fascismo na Ucrânia contaram com o respaldo crucial dos EUA e da União Europeia, diretamente interessada na deposição inconstitucional do governo, no final do mês passado.

União Europeia na Ucrânia - Vostock-Media/Reuters/Alexander Demianchuk

O avanço ocidental para determinar o rumo político da Ucrânia é revelador das tendências imperialistas de desestabilização dos países cujos governos não se submetem à sua agenda. Foi o caso no país do leste europeu, quando o seu Parlamento decidiu suspender o acordo comercial que levaria à adesão à União Europeia.

Para evitar este caminho, o Ocidente resolveu apoiar a extrema-direita e até o fascismo contra o governo ucraniano, enquanto o resto da Europa sofre as consequências do plano econômico e fiscal de arrocho imposto pelos credores europeus e internacionais aos povos já empobrecidos e afetados pela crise sistêmica do capitalismo.

Leia a seguir a íntegra do comunicado emitido pela federação desde a sua sede, em Atenas, na Grécia:

Declaração da Federação Sindical Mundial sobre a Ucrânia

A Federação Sindical Mundial (FSM) informa à classe trabalhadora internacional que os últimos acontecimentos na Ucrânia não são “uma vitória da democracia”, como afirmam hipocritamente a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), a União Europeia, os Estados Unidos e seus aliados.

Os recentes acontecimentos na Ucrânia são atos perigosos, principalmente, para a classe trabalhadora da Ucrânia, os povos da região e para a paz mundial. A Ucrânia é um país rico, com grandes recursos produtores de riqueza. É um país com canais de energias cruciais, um país com uma posição importante no mapa geoestratégico.

O novo governo ucraniano, formado por forças políticas reacionárias e anti-trabalhadores, tomou o poder com o apoio dos imperialistas dos Estados Unidos e seus aliados. O novo governo é um fantoche dos imperialistas, quem o instalou para que promova seus planos geopolíticos e geoestratégicos.

Ao mesmo tempo, os acontecimentos na Ucrânia confirmam que as organizações nazistas e neonazistas são instrumentos do sistema capitalista e dos inimigos da classe trabalhadora e dos setores populares.

O movimento sindical classista internacional expressa sua solidariedade internacionalista com os trabalhadores que vivem na Ucrânia. Apoia o direito dos trabalhadores que vivem na Ucrânia de lutar contra a barbárie capitalista e contra os perigos gerados pelas rivalidades entre os Estados Unidos, a União Europeia e Rússia.