Irã reage às acusações de Israel sobre envio de armas a Gaza

Nesta semana, Israel vinha acusando o Irã de enviar mísseis e outras armas para a Faixa de Gaza palestina, que mantém absolutamente bloqueada desde 2007. Já nesta sexta-feira (7), a República Islâmica iraniana rechaçou incisivamente as denúncias e a especulação midiática a respeito. As autoridades israelenses alegaram que capturaram um navio, na quarta-feira (4), com dúzias de foguetes de fabricação síria “capazes de acertar qualquer parte de Israel.”

Chancelaria do Irã - PressTV

A porta-voz do Ministério iraniano de Assuntos Exteriores, Marzieh Afkham enfatizou que as acusações de Israel são “um roteiro cheio de ambiguidades e mentiras,” enquanto ressaltou a coincidência da viagem do premiê israelense Benjamin Netanyahu aos Estados Unidos e a disseminação da propaganda anti-Irã.

Na conferência anual do lobby pró-Israel nos Estados Unidos, Aipac, Netanyahu atacou novamente o Irã acusando-o de ser um país “fora da lei” e um “Estado terrorista”, enquanto voltava a exigir sanções e a proibição completa do programa nuclear persa, embora as negociações internacionais sobre o assunto, entre o governo iraniano e as potências mundiais, estejam avançando significativamente.

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De acordo com a porta-voz da chancelaria iraniana, depois de o Aipac fracassar em sua tentativa de minar a diplomacia entre o Irã e o Grupo 5+1 (EUA, Reino Unido, França, Rússia e China, membros do Conselho de Segurança das Nações Unidas, e a Alemanha) sobre o programa nuclear, as autoridades e o lobby israelense ainda se esforçam por arruiná-la com a propaganda.

Marzieh Afkham também instou os países a pressionarem Israel para que encerre a sua política de provocação de guerra e o terrorismo de Estado, com “medidas desumanas contra os palestinos.”

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Mohammed Javad Zarif também ressaltou, em entrevista concedida durante a sua viagem à Indonésia, nesta sexta, que a visita de Netanyahu a Washington coincidiu de forma suspeita com a “descoberta milagrosa” de um navio iraniano com armas enviadas à Faixa de Gaza. “Uma coincidência, apenas?”, indagou.

Propaganda e política de agressão

As autoridades israelenses disseram que abordaram um navio de bandeira panamenha no Mar Vermelho, entre a Eritréia e o Sudão. “Para que as armas passassem pelo Sudão e, do Sudão, de volta a qualquer lugar e, depois, de lá, para Gaza: Isso parece mais um pensamento irracional do que propaganda séria,” disse Zarif.

No mesmo sentido dos discursos acusatórios contra o Irã, em que Israel aparece sempre como a vítima ameaçada, Netanyahu comparou a liderança persa ao ditador nazista Adolf Hitler, alegando que o Irã, assim como Hitler, pretende destruir Israel.

“Não podemos permitir que o Irã se arme da capacidade [nuclear] para nos destruir,” disse o premiê israelense em visita a Los Angeles, na quinta, reagindo a um novo encontro entre os representantes do Irã e do Grupo 5+1 em Genebra, Suíça, nesta quarta, para avançar com os diálogos sobre o programa nuclear persa.

Além disso, as autoridades iranianas, libanesas, sírias e palestinas têm enfatizado reiteradamente o papel negativo desempenhado pelo regime israelense na região já que, além da ocupação militar sobre os territórios palestinos e outros territórios árabes, o bloqueio extremo da Faixa de Gaza, as frequentes violações da soberania dos seus vizinhos (com ataques aéreos ou terrestres), a posse de armas nucleares não verificadas e os discursos agressivos frequentes, ainda apoiam ativamente grupos armados no conflito da Síria, com o objetivo de derrotar o governo vizinho.

Da redação do Vermelho,
Com informações da PressTV e do portal Al-Akhbar