Convocação de ministros cria mais dificuldades para o governo
Partidos de oposição, com o apoio do “blocão” – capitaneado pelo PMDB –, impuseram mais uma derrota à base do governo na Câmara nesta quarta-feira (12), com a aprovação de diversos requerimentos de convite e convocação de ministros. A maior parte dos requerimentos foi aprovada na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle.
Publicado 12/03/2014 15:44
A comissão conseguiu assegurar a convocação dos ministros das Cidades, Aguinaldo Ribeiro; do Trabalho, Manoel Dias; da Secretaria-Geral, Gilberto Carvalho; e da Controladoria-Geral da União (CGU), Jorge Hage.
Ribeiro deve ser ouvido sobre o andamento das obras de mobilidade urbana, a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga as autoescolas a utilizarem simuladores de direção, além da sistemática utilizada pela pasta para os empenhos de emendas parlamentares.
Os demais três ministros vão prestar informações sobre denúncias de envolvimento em irregularidades de ONGs que mantêm relação com os ministérios.
Petrobras
A comissão também aprovou convites para a vinda da presidente da Petrobras, Graça Foster, para prestar esclarecimentos sobre contratos firmados com a empresa SBM Offshore, e do ministro da Saúde, Arthur Chioro, para falar sobre o regime de contratação dos médicos cubanos pelo governo brasileiro.
O líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), coordenou um acordo segundo o qual a vinda de Graça Foster evitaria a análise de outro requerimento para a convocação do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, para tratar do mesmo assunto.
A oposição quer esclarecimentos sobre denúncias de que a empresa SBM Offshore, com sede na Holanda, teria pago propina a funcionários de petroleiras de diversos países, entre as quais a Petrobras, para conseguir contratos de locação de plataformas. O convite de Graça Foster foi aprovado um dia após o Plenário da Câmara ter criado uma comissão externa de deputados para ir à Holanda acompanhar a investigação do caso.
"Não é o fim do mundo"
Nesta quarta-feira, o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, minimizou o episódio de criação da comissão externa. Para ele, a derrota do governo “não é o fim do mundo”, acrescentando que “a gente precisa tomar muito cuidado e encarar com muita normalidade esse ir e vir da política”.
“As coisas nunca são definitivas, as interpretações são múltiplas… Então, a relação Executivo-Legislativo é naturalmente uma relação que passa por momentos de mais tensão, de menos tensão. Eu, depois de 12 anos de governo, aprendi a ter mais serenidade nessas coisas. Não é o fim do mundo”, afirmou o ministro.
Da Redação em Brasília
Com agências