Nilze Costa e Silva: Queremos Copa, sim

Por *Nilze Costa e Silva

Qual o maior espetáculo da terra? É aquele que reúne o maior contingente de pessoas do planeta e se encontra na raiz da nossa identidade nacional; o que se constitui na mais democrática e popular festa do povo brasileiro, unindo todas as classes, raças e credos. Qualquer criança ou adulto responderia que é o Futebol. Existe até um dia para ele ser comemorado: 19 de julho é o Dia Nacional do Futebol.

Excetuando as “torcidas desorganizadas”, a linguagem futebolística é fluente, inteligível, cheia de energia. Isso faz com que intelectuais tenham a mesma fala dos iletrados. Aliás, foram vários os intelectuais que se debruçaram sobre o estudo do futebol, tanto em seu aspecto sociológico, como literário. Destes estudos, podemos citar os seguintes: Quando é dia de Futebol, de Carlos Drumond de Andrade; Flamengo é puro amor, José Lins do Rego; A Pátria em Chuteiras, Nelson Rodrigues; O Futebol Explica o Brasil, Marcos Guterman; Time dos Sonhos, Luis Fernando Veríssimo.

Existe mesmo um estudo de ciências sociais da PUC de São Paulo (assinado por vários autores) intitulado Futebol, Espetáculo do Século. O grande compositor da MPB, Jorge Bem Jor cantou esta poética descrição de um gol: “Tabelou, driblou dois zagueiros / Deu um toque, driblou o goleiro / Só não entrou com bola e tudo / Porque teve humildade em gol”. Existe ainda um poema de Gilka Machado, intitulado: Aos heróis do Futebol Brasileiro (do livro: Futebol na Literatura Brasileira).

Eu não consigo entender aqueles que não respeitam a grande paixão do povo brasileiro e se colocam contra a Copa de 2014 no Brasil. Meu pai, que era apaixonado por futebol, contava que em 1950, exatamente há 64 anos, a Copa do Mundo esteve aqui e provocou uma comoção nacional pela perda do título. Ele estava lá e o Maracanã se tornou um mar de silêncio e lágrimas (em torno de 200 mil torcedores).

Agora o evento volta ao nosso país, trazendo a possibilidade da nossa seleção ser hexacampeã, explodindo de alegria, ao contrário de 1950, além da oportunidade de emprego e divisas para o país, e vem umas poucas centenas de pessoas querendo apagar o brilho do hexacampeonato na vigésima Copa do Mundo.

Isso tudo com baderna e quebradeira. É realmente um absurdo! Queremos a Copa, sim!

*Nilze Costa e Silva é escritora

Fonte: O Povo

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