Seminário encerra as atividades da greve nacional dos professores
Às vésperas de completar 50 anos, o Golpe Militar de 1964, que instaurou a Ditadura no país, tem sido tema de diversos eventos realizados no Brasil. E na Bahia não poderia ser diferente. Nesta quarta-feira (19/03), a diretoria da APLB Sindicato realizou o seminário “50 anos do Golpe Militar – Esse Brasil Nunca Mais”. O evento, além de ser um momento de memória, integrou a programação da paralisação nacional da categoria, convocada pela CNTE, iniciada na segunda-feira.
Publicado 20/03/2014 19:20 | Editado 04/03/2020 16:15
A exposição fotográfica e os depoimentos de quem viveu o terror dos Anos de Chumbo relembram a participação da entidade representativa, que lutou pela liberdade dos brasileiros, junto ao Partido Comunista do Brasil. De acordo com a diretora Olívia Mendes, a pauta foi incluída na programação da semana de greve para reafirmar a luta da APLB-Sindicato na construção de uma sociedade livre, fraterna, mais justa e solidária, a partir da educação de qualidade.
Diva Santana, do Grupo Tortura Nunca Mais, resgatou fatos, como a Guerrilha do Araguaia e a Queda da Lapa, e lamentou as mortes e casos de pessoas desaparecidas até hoje. O presidente da CTB-BA, Aurino Pedreira, destacou a necessidade de se dialogar com a juventude sobre o tema, tão marcando na história do país. O diretor da APLB, Nivaldino Félix, preso durante a ditadura, disse considerar um equívoco do campo democrático a aceitação da anistia ampla, geral e irrestrita, “que acabou favorecendo os militares e torturadores”.
O vice-presidente do Conselho Estadual de Educação, Sérgio Guerra, destacou o processo de resistência da sociedade civil ao regime militar, lembrando que o trabalho de reconstrução dos movimentos sociais iniciou desde os primeiros anos da ditadura, apesar de toda a repressão.
Homenagem
Após o seminário, foi realizado um ato simbólico em defesa da democracia. Uma muda da árvore Ipê Amarelo foi plantada no pátio do Colégio Central, onde foi realizado o evento, com o objetivo de homenagear a militante política Loreta Valadares e a força das mulheres brasileiras. Ao final do ato, todos os participantes, de mãos dadas, entoaram a canção Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores, de Geraldo Vandré, hino da resistência à ditadura militar.
De Salvador,
Maiana Brito
Com APLB Sindicato