O Paraguai está pronto para a greve geral desta semana

A adesão em massa à convocação para greve geral e o duro debate entre centrais sindicais organizadoras da paralisação nacional e o governo marcou a semana que termina no Paraguai.

Apesar dos esforços oficiais para diminuir o respaldo dos sindicatos à paralisação dos serviços marcada para a próxima quarta-feira (26), mas destinada a fazer-se sentir com as mobilizações já anunciadas para segunda e terça, poucos duvidam de que atingirá níveis importantíssimos.

A convocação de seis centrais sindicais, dezenas de sindicatos nacionais, organizações camponesas e sociais e partidos políticos veio no sentido de parar o país como forma de protesto pela política econômica e social do governo e foi apoiado de maneira progressiva.

Um elemento interessante divulgado nas últimas horas é que o campesinato anunciou sua presença em estradas e zonas do interior do país a partir deste domingo (23) e iniciará na segunda-feira, 48 horas antes da greve geral, a interrupção de vias principais de forma intermitente.

Sindicatos de professores decidiram também se unir nessa ação aos camponeses a partir da terça-feira, suspendendo as aulas no tempo em que durar a jornada no interior do país e com grande intensidade na capital.

Também a partir do dia que antecede à greve, os hospitais e outros centros de cuidados médicos só funcionarão com o pessoal de plantão para atendimentos urgentes, postura adotada igualmente pelos sindicatos que agrupam os trabalhadores dos serviços de eletricidade e telecomunicações.

As centrais sindicais reagiram com evidente desaprovação às acusações oficiais que dizem que o que querem e anunciam os trabalhadores é gerar distúrbios e apresentaram uma denúncia na Promotoria contra o ministro do Interior e dirigentes do Partido Colorado (governo) por essa razão.

Da mesma forma, retrucaram as ameaças oficiais, nas quais se cogitou uma possível declaração de ilegalidade da greve, dizendo que cumpriram todos os requisitos previstos na lei. Desde já declararam que não aceitaram qualquer desconto no salário dos trabalhadores grevistas.

Já a partir deste sábado (22), a polícia e o exército estreitaram o controle exercido nas estradas que unem Assunção com o resto do país, como também nas outras cidades aplicando uma medida preventiva.

Prensa Latina