Líder da oposição propõe fim de homenagem a torturadores

Na próxima semana, mais precisamente no dia 31 de março, o regime militar brasileiro completará 50 anos. Cinco décadas do maior atentado à democracia, a liberdade e que custou muito caro. Custou a vida e o sonho de muitos brasileiros.

 O assunto foi tema de pronunciamento do deputado estadual Rubens Jr. (PCdoB) na Assembleia Legislativa, na manhã desta quinta-feira (27). O parlamentar apresentou um projeto de lei de sua autoria que visa retirar homenagens (nomes de logradouros, prédios públicos bairros…) aos envolvidos no Golpe Militar de 1964.

“Mesmo com toda a repulsa da população pelo regime, o que observamos por todos os cantos da cidade, do estado e do país, são homenagens aos maiores torturadores, opressores, golpistas da recente história do Brasil.” Lembrou o deputado, destacando a perpetuação das homenagens “Aqueles que atentaram contra a democracia, foram homenageados na época, apenas pelo poder que exerciam, e até hoje essas homenagens perduram.”.

Como exemplo, Rubens Jr. citou alguns dos maiores ditadores da história mundial, que não são lembrados com orgulho em seus países. “Você pode andar na Itália e não vai encontrar nenhuma rua, avenida ou museu chamado Benito Mussolini. Nós podemos percorrer a Alemanha, mas não iremos encontrar, por exemplo, a Praça Adolf Hitler. Isso vale também para Argentina, Chile e Uruguai. Mas infelizmente no Brasil homenagear aqueles que mancharam a história da democracia brasileira é uma prática natural.” Lamentou o parlamentar.

No Maranhão, além dos inúmeros prédios e avenidas que levam o nome dos saudosos ex-presidentes, Marechal Castelo Branco, Presidente Médici, Euclides Figueiredo e Mário Andreazza, existem também 115 escolas municipais e estaduais que levam os nomes destes e dos demais presidentes do regime ditatorial.

-45 escolas com o nome Marechal Castelo Branco;

-25 escolas com o nome Arthur da Costa e Silva;

-32 escolas com o nome Emílio Garrastazu Médici;

-08 escolas com o nome Ernesto Geisel;

-05 escolas com o nome João Batista Figueiredo.

“Nós não podemos naturalizar o golpe, achar que isso foi algo normal ou necessário, nem mesmo acreditar que isto teria sido uma Ditabranda. Esta na hora de homenagearmos aqueles que realmente merecem.” Concluiu Rubens Jr.