Rússia e EUA querem solução diplomática para a Ucrânia

O chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, manifestaram nesta segunda-feira (31) em Paris diferentes pontos de vista sobre a situação na Ucrânia, mas expressaram a disposição de buscar uma solução por via diplomática.

John Kerry e Serguei Lavrov

Os contatos sobre o tema começaram domingo na capital francesa com um encontro entre Lavrov e Kerry e continuarão hoje com uma reunião entre o representante estadunidense e o ministro francês de Assuntos Exteriores, Laurent Fabius.

"Expressamos pontos de vista divergentes sobre as causas desta crise, mas pusemo-nos de acordo sobre a necessidade de buscar um terreno comum para expressar uma posição conjunta sobre a saída diplomática a esta situação que corresponda aos interesses do povo ucraniano", disse Lavrov.

De acordo com o chanceler, no encontro analisou-se a necessidade de uma reforma constitucional nesse país, a qual, disse, "apoiamos junto com nossos sócios norte-americanos", mas esclareceu que nem a Rússia nem os Estados Unidos podem impor seus próprios planos à Ucrânia.

A Rússia "está convencida de que a federalização é um componente importantíssimo dessa reforma", disse Lavrov e acrescentou que o principal é garantir a unidade tendo em conta os interesses de todas as regiões do país, sem exceção.

Lavrov enfatizou a necessidade de assegurar o respeito aos direitos das minorias e eliminar as forças irregulares e provocadoras nesse país.

Por sua vez, o secretário de estado norte-americano insistiu em que a Rússia deve retirar suas tropas da fronteira com a Ucrânia, mas reconheceu que as forças estão em território de Moscou e corresponde a esse país tomar as decisões.

Washington também considerou necessário estabelecer o diálogo com Kiev.

"Os Estados Unidos e a Rússia têm diferenças de opinião sobre os acontecimentos que levaram a esta crise, mas ambos reconhecem a importância de encontrar uma solução diplomática e de satisfazer as necessidades da população ucraniana", assegurou Kerry.

Ambas as partes acordaram consultar com seus respectivos governos as diferentes propostas apresentadas sobre a mesa e continuar as consultas para uma saída diplomática à crise.

Fonte: Prensa Latina