Banco Central chinês revê abordagem para sustentar crescimento

O jornal China Daily ressaltou, nesta quinta-feira (3), o que classificou de um “dilema” para o Banco Central chinês, a partir da expansão do crédito e o resfriamento da economia, que colocam desafios à abordagem tática aos riscos de dívida. O dilema seria, em suma, a decisão sobre o abrandamento da posição monetária no impulso ao crescimento.

Banco Central da China - Imagine China

“O governo mostrou grande determinação, neste ano, para controlar os riscos do crédito, permitindo inadimplência no mercado financeiro.” Tanto o investimento industrial os investimentos fixos desaceleraram nos primeiros dois meses e esfriaram o crescimento econômico chinês, informa o jornal.

Legisladores estão incertos sobre como equilibrar a política para evitar um “pouso forçado” enquanto desviam-se do potencial risco da dívida. A alternativa pode ser uma política suave de adaptação do modelo, como em 2013, ao invés do pacote de estímulos, a exemplo de 2009, para que o crescimento seja mais lento, “mas esperamos que o pior possa ser evitado”, disse Yao Wei, economista do banco francês Societe Generale, na China.

Pesquisas internacionais indicam, de acordo com o jornal, que a desaceleração da economia nos anos recentes tem uma relação próxima com a normalização da política monetária, depois de o governo tê-la relaxado significativamente em 2009 e 2010.

“Uma vez que as operações de política monetária do país baseiam-se essencialmente em medidas quantitativas, o Banco Popular da China – banco central nacional – gere o crescimento do crédito usando proporções de requerimento de reserva e operações de mercado aberto para controlar a liquidez dentro do setor financeiro.”

O China Daily refere-se ao “sinal” enviado pelo primeiro-ministro chinês Li Keqiang, em um discurso na semana passada, em que informou que o governo tomará medidas para sustentar o crescimento. Uma delas será o “aumento do apoio da indústria financeira à economia real e a redução dos custos de financiamento.”

De acordo com dados do Banco Central, as taxas de recompra (também chamadas de “repo”, do inglês “repurchase agreement”) moveram-se para cima gradualmente desde o início de março, fechando em 4,19% no encerramento do mês. O Banco Popular da China conduziu recompras totalizando 72 bilhões de yuanes (R$ 27 bilhões) na quarta-feira (2).

A taxa refere-se ao desconto com que o banco central recompra títulos financeiros governamentais dos bancos comerciais, dependendo do nível de reservas que decide manter no sistema monetário do país. Para expandir temporariamente a reserva, o banco central diminui as taxas de repo, para que os bancos possam trocar seus títulos mobiliários / financeiros do governo por dinheiro. Para contrair a reserva monetária, aumenta as taxas de repo.

Com China Daily,
Tradução de Moara Crivelente, da redação do Vermelho