Livro sobre advocacia nos Anos de Chumbo é lançado na Câmara 

O livro "Coragem – Advocacia Criminal nos Anos de Chumbo", com depoimentos de 161 advogados criminalistas que atuaram na defesa de perseguidos políticos durante a ditadura militar no Brasil, foi lançado nesta quarta-feira (2), na Câmara dos deputados, em Brasília. A publicação, organizada pelo deputado José Mentor (PT-SP), é uma iniciativa da Ordem dos Advogados do Brasil, com apoio da Petrobras.  

Livro sobre advocacia nos Anos de Chumbo é lançado na Câmara - Agência Câmara

O livro contém relatos de juristas como Aldo Lins e Silva, Rosa Cardoso, Evandro Lins e Silva, Sepúlveda Pertence, Idibal Pivetta, Heleno Fragoso, José Carlos Dias e Luís Eduardo Greenhalgh, que apresentam experiências profissionais, casos de destaque, situações pitorescas e análises da conjuntura política da época.

A publicação, em suas 200 páginas, traz também uma sequência de imagens de 86 dos homenageados e uma compilação de pronunciamentos de advogados sobre o tema feitos em eventos promovidos por órgãos do Legislativo, no período de 1998 a 2003.

Além desta atividade na Câmara dos Deputados, a publicação foi lançada em outros dois momentos: em São Paulo, no dia 28 de março, na sede do futuro Memorial da Luta pela Justiça (prédio que no passado abrigou a 2ª Auditoria Militar, onde os advogados atuavam na defesa de seus clientes durante os julgamentos); e no ato público “Para Não Repetir”, realizado pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), na segunda-feira (31), na sede da entidade em Brasília.

Durante o ato público, José Mentor comentou em seu discurso o papel exercido pelos advogados naquela época e explicou o sentido de recordar esses 50 anos do Golpe Militar de 1964.

“O que queremos manter vivo em nossas mentes é o intuito de lembrar para não repetir jamais. Muitos não sabem o que foi a ditadura, mas precisam saber, principalmente para que entendam o valor dos advogados que faziam das tripas coração para continuarem firmes, de caráter e fibra, leais e destemidos. Naquela época, advogar era enfrentar a repressão com olhos nos olhos. Os advogados salvaram muitas vidas. Hoje é dia, também, de recordar o valor de tão destemidos profissionais”, disse o deputado.

Da Redação em Brasília
Com agências