Cuba denuncia novo projeto dos EUA de desestabilização

Os Estados Unidos, através da sua Agência para o Desenvolvimento Internacional (Usaid), frequentemente utilizada como instrumento político contra governos contrários e resistentes às suas imposições, planeja lançar uma rede social em Cuba que visa à desestabilização no país. Nesta sexta-feira (4), o Ministério cubano das Relações Exteriores acusou o governo estadunidense de insistir em uma política de ingerência agressiva contra a ilha revolucionária.

USAID contrarrevolução Cuba

A agência de notícias Associated Press (AP) revelou, na quinta-feira (3), que o governo estadunidense planeja criar uma espécie de “Twitter” cubano, através da sua Usaid, que alega defender “valores democráticos” e de expressão. O nome da rede social é “Zunzuneo” e o seu objetivo é, de acordo com a Prensa Latina, ganhar popularidade entre os jovens cubanos e empurrá-los para a dissidência.

Uma declaração da diretora-geral dos Estados Unidos do Ministério cubano de Relações Exteriores, Josefina Vidal, destaca que a informação contida no artigo da agência norte-americana AP confirma as reiteradas denúncias do governo cubano.

"Demonstra-se, mais uma vez, que o governo dos Estados Unidos não tem renunciado aos seus planos subversivos contra Cuba, que têm como propósito criar situações de desestabilização no país para provocar mudanças em nosso ordenamento político e ao qual continua dedicando orçamentos multimilionários a cada ano", denuncia a declaração.

Josefina Vidal também reitera que "o governo dos Estados Unidos deve respeitar o direito internacional e os propósitos e princípios da Carta das Nações Unidas e, portanto, cessar suas ações ilegais e encobertas contra Cuba, que são rechaçadas pelo povo cubano e pela opinião pública internacional".

Os Estados Unidos confirmaram, nessa quinta-feira (3), que, em 2010, lançaram uma rede social em Cuba, que funcionou dois anos, com o objetivo de “aumentar o acesso da população à informação.” O projeto é considerado clandestino, entretanto, parte de uma política reiterada de ingerência a nível popular, para desestabilizar e mobilizar os cidadãos contra governos que não se submetem às imposições dos EUA.

Segundo a imprensa norte-americana, o projeto começou em 2009, com a obtenção de meio milhão de números de telefones móveis de Cuba e da Usaid, e o fato de seus subcontratados terem ocultado as relações de Washington ao projeto, com a criação de empresas-fantasma em países como a Espanha e por meio do uso de uma conta bancária nas Ilhas Caimã. Em dois anos de funcionamento, a ZunZuneo conseguiu alcançar cerca de 40 mil seguidores.

O papel da Usaid nos projetos de ingerência e desestabilização dos países a partir da mobilização dita popular contra os governos de países contrários às suas políticas é generalizada e empregada há décadas, como no caso das ditaduras instaladas na América Latina e vários outros movimentos apresentados como "levantes populares".

Da Redação do Vermelho,
Com informações das agências