Centrais sindicais convocam trabalhadores a ocuparem as ruas
A 8ª marcha da Classe Trabalhadora acontece nesta quarta-feira (9), a partir das 10h, com concentração na Praça da Sé, na capital paulista. Tradicionalmente realizada em Brasília, a marcha este ano mudou para São Paulo em razão do peso da metrópole para a economia do país. A expectativa é que o ato reúna mais de 50 mil trabalhadores, também serão realizados atos menores nas principais cidades do país.
Publicado 08/04/2014 15:15
Esta será a primeira grande mobilização unitária dos trabalhadores este ano. As pautas em questão são a redução da jornada de trabalho sem redução salarial; o fim do fator previdenciário; a correção da tabela do Imposto de Renda e a valorização do salário mínimo. O ato começa na Praça da Sé e segue em direção à Avenida Paulista.
Por este ser um ano eleitoral, o objetivo das centrais é entregar as reivindicações para os candidatos à Presidência, inclusive a Dilma Rousseff. A pauta dos trabalhadores, cuja elaboração foi coordenada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), será entregue também ao empresariado.
O presidente da CTB, Adilson Araújo, disse está certo de que a vitrina da Copa do Mundo, paralela ao calendário eleitoral brasileiro, lança uma perspectiva de grande efervescência política no Brasil. Adilson Araújo reconheceu avanços sociais promovidos nos últimos anos, sobretudo diante da grande crise que ainda acomete boa parte dos países desenvolvidos. “Em diversas ocasiões, temos a sensação de que a pressão exercida pelo sistema financeiro e pelo mercado deixa o governo bastante suscetível aos interesses patronais”, destacou.
O presidente da CTB reconheceu que, num primeiro momento, o governo Dilma tomou posições progressistas de enfrentamento aos interesses daqueles que obtêm lucro a partir de ganhos especulativos, mas que a mesma, como passar dos anos, perdeu o ímpeto de enfrentamento: “Dilma tomou medidas com o objetivo de reduzir o spread bancário. Porém, no último ano, retornamos a um aumento injustificado de nossa taxa de juros. Temos um pensamento econômico muito equivocado de que se controla a inflação a partir do aumento da taxa de juros. Os resultados de hoje revelam que esse é um modelo ineficiente de controle inflacionário”, defendeu.
O sindicalista pontuou que os grandes eventos esportivos, por atraírem investimentos na produção, estão colaborando para os baixos índices de desemprego que o Brasil vem registrando nos últimos levantamentos: “O Brasil gera muito emprego. Os países em crise adorariam estar em condições de sediar uma Copa do Mundo e, com isso, criar a possibilidade de uma série de investimentos que, somados a uma eminente necessidade de melhorias em infraestrutura, criam um ambiente favorável à geração de empregos por aqui”, afirmou.
Da Redação do Vermelho, com informações da CTB