Oposição impede votações na Câmara para forçar criação de CPI  

O DEM e do PSDB inviabilizaram o início do esforço concentrado da Câmara dos Deputados na noite desta segunda-feira (7). A oposição obstruiu os trabalhos de votação no Plenário para pressionar pela criação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar denúncias contra a Petrobras, que depende de decisão do Senado. 

A votação das três medidas provisórias e do projeto com urgência constitucional que trancam a pauta e também dos projetos do esforço concentrado foi adiada para esta terça-feira (8), quando se aguarda maior número de parlamentares na Casa, o que contribui com o sucesso da manobra da oposição na noite de ontem.

A sessão caiu logo no primeiro requerimento de obstrução, já que não havia número suficiente de deputados na Casa para continuar os trabalhos. No início da tarde, alguns líderes governistas já admitiram que seria difícil cumprir a pauta com baixa presença e obstrução.

O líder do governo, deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), disse que a oposição faz disputa política. "Está havendo obstrução por parte da oposição para fazer disputa política, inclusive negando crédito para o BNDES, que gera emprego e investimento para o país, atrai investimento", em referência ao primeiro item da pauta do Plenário, a Medida Provisória que autoriza a União a conceder crédito de R$ 24 bilhões ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para financiamentos de longo prazo ligados principalmente a programas de investimentos governamentais.

A oposição pressiona pela criação de uma CPMI para investigar a Petrobras, mas o Senado ainda precisa decidir sobre qual será o escopo de atuação da comissão. Enquanto isso, as lideranças de oposição no Senado prometem ir à Justiça para cobrar a instalação da CPI.

O presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), criticou a obstrução. Ele disse que a Câmara não pode ser punida por atos do Senado. “Esta presidência não tem como resolver a questão da CPI da Petrobras. Não quero que a Casa seja penalizada por uma decisão do Senado e ter a pauta de projetos obstruída”, disse.

Da Redação em Brasília
Com Agência Câmara