Afeganistão avalia resultados das eleições presidenciais

No início desta semana, a eleição presidencial no Afeganistão, que aconteceu no sábado (5), tem sido avaliada pelas autoridades eleitorais e pela mídia internacional, no contexto das discussões sobre a permanência de tropas dos Estados Unidos no país após o prazo estabelecido para a retirada, no final deste ano. Na terça-feira (8), as autoridades afegãs divulgaram cifras para a análise da condução das eleições.

Afeganistão eleições - Wakil Kohsar/Agence France-Presse /Getty Images

A revolta popular contra a presença militar estrangeira, o aumento da insegurança e a persistência da instabilidade no país, com assuntos cruciais por resolver, levaram o presidente Hamid Karzai a adiar a assinatura de um “pacto de segurança” com os Estados Unidos para a manutenção de um grande contingente norte-americano no país.

Os favoráveis à manutenção de tropas no Afeganistão espalham “análises” estratégicas, acadêmicas e militares sobre a conjuntura que deixam de lado a falência deste modelo de intervenção agressiva que, há 13 anos mergulhava o território afegão e o seu povo em uma insegurança rompante, aumento da pobreza extrema, fragmentação nacional crescente e degradação da capacidade produtiva, o que levou o país à grande dependência de ajuda financeira externa.

Para completar o buque dos aspectos políticos a serem analisados – não bastasse a dificuldade imposta pelo corpo militar norte-americano para as conversações cruciais entre o governo afegão e o Talibã – estão as eleições presidenciais e a avaliação sobre a sua condução.

Segundo o jornal estadunidense The New York Times, as eleições “parecem ter sido substancialmente mais limpas do que aquelas amplamente desacreditadas em 2009, de acordo com os números de reclamações divulgados nesta terça-feira (8)” pelas autoridades em Cabul, capital afegã.

Resultados em contabilização

Os resultados ainda não foram divulgados, mas nenhum candidato adiantou-se ainda para dizer que os questionaria. Em 2009, lembra o jornal norte-americano, as denúncias generalizadas de manipulação das votações levou uma comissão eleitoral independente à recontagem, o que custou ao presidente Karzai sua maioria ampla.

“A escala de fraudes e violações, nestas eleições, foi muito menor em comparação com as eleições anteriores,” disse Nader Mosheni, o porta-voz da comissão, citando observadores afegãos e internacionais, de acordo com o New York Times.

Entre os 7,5 milhões de votantes, a comissão recebeu apenas 1.573 denúncias formais contra os oito candidatos presidenciais e suas campanhas, o que foi considerado um número baixo. Em 2009, o número de denúncias foi de 2.842, de acordo com o Instituto Democrático Nacional.

Os principais candidatos presidenciais incluem o antigo funcionário do Banco Mundial, Ashraf Ghani, aliado de Karzai; Abdullah Abdullah, que também concorreu em 2009; e Zalmay Rassoul, antigo ministro das Relações Exteriores de Karzai, que estaria em terceiro lugar.

A comissão de avaliação, neste ano, é composta exclusivamente por afegãos, enquanto a de 2009 incluía três membros estrangeiros entre os cinco que a compunham. Grupos internacionais de monitoramento e os enviados das Nações Unidas elogiaram o órgão por fazer um “trabalho credível”.

Da Redação do Vermelho
Com informações do The New York Times