Otan deixa milhares de explosivos ativos no Afeganistão

Passados 13 anos de guerra, as Forças Armadas estadunidenses e de aliados na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) deixarão milhares de quilômetros quadrados vulneráveis a explosivos ainda ativados no Afeganistão. Nos anos recentes, a maior parte das fatalidades causadas por minas terrestres foi de crianças, ressalta a Organização das Nações Unidas (ONU).

Manifestações Afeganistão - HispanTV

As forças da Otan usam 240 variações de alcance para explosivos no Afeganistão desde 2001, de acordo com o jornal estadunidense The Washington Post. O mais alto, por exemplo, é de 193 quilômetros quadrados.

Os EUA serão responsáveis por limpar 73 locais, que chegam a cerca de 1.290 quilômetros quadrados, de acordo com o jornal, citando oficiais norte-americanos, que estimaram ainda uma área com milhares de explosivos não detonados.

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Metade do total de 240 áreas será transferida para o Exército afegão e 40 são das forças da coalizão internacional, que também deverá fazer a limpeza. Enquanto isso, as baixas causadas pelos explosivos das áreas não marcadas devem aumentar, já que os EUA só mapearam 3% do seu “domínio” no Afeganistão.

Desde 2012, o Centro de Coordenação das Nações Unidas para a Ação sobre as Minas no Afeganistão registrou 70 mortes à volta das bases ou das áreas de fogo da Otan ou dos EUA, e o ritmo das explosões está aumentando.

Segundo a ONU, destas pessoas mortas, 88% eram crianças. Além disso, o Washington Post também relatou 14 mortes que não foram incluídas no relatório da organização, indicando a dificuldade de monitorar estes incidentes e a frequência com que ocorrem, enquanto a maior parte das tropas estrangeiras deixa o país até o fim do ano.

“Estamos preocupados porque este problema surgiu apenas quando a Fias [Força Internacional de Assistência à Segurança] deixa o país,” disse Abigail Hartley, diretora do centro da ONU sobre as minas. “Teria sido muito melhor cuidar disso durante os últimos oito anos” em que a missão está no Afeganistão.

Da Redação do Vermelho,
Com informações do Washington Post e da emissora Russia Today