Guardas municipais veteranos ganham menos que novatos

Durante a Tribuna Livre realizada na manhã desta terça, 8, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA), o presidente da Associação dos Guardas Municipais, Adelson Lima, reivindicou isonomia de salários para os funcionários mais antigos. "Nós que somos os fundadores da Guarda estamos de fora do plano de carreira, sem ser respeitados pela Administração", disse.

A vereadora Lucimara Passos (PCdoB), responsável pela realização da Tribuna, considera de fundamental importância que esses guardas sejam reconhecidos. "Considero a demanda justa tendo em vista que eles executam funções idênticas e passaram pelo mesmo treinamento que aqueles chegaram agora", afirmou a vereadora. Fundada em 1991, a Guarda Municipal (GM) começou a ter Plano de Carreira em 2005, mas somente para os funcionários concursados. Os que estão trabalhando antes desse período foram denominados Guardas Auxiliares.

Auxiliares versus concursados

A tensão entre os dois grupos tem aumentado e já causou desentendimentos internos. Isso porque para os guardas auxiliares e veteranos o salário base é de pouco mais de R$ 800,00. Já para os concursados, que entram como GM1 de acordo com o Plano de carreira, o inicial é de R$ 1.300,00.

Além disso, boa parte da complementação do salário dos auxiliares é a quantidade de horas extras, sem elas os hoje guardas auxiliares não se sentem aptos a tirar férias, pois enfrentam uma redução salarial em torno de R$ 1.200,00. "Não me lembro quando foi a última vez que tirei férias. Sempre vendo", explica Adelson. Segundo ele, durante a campanha, prefeito João Alves prometeu estruturar a Guarda Municipal, mas as melhorias estão chegando somente para os concursados. "Nós votamos em João Alves porque entendíamos que ele iria resolver a situação dos antigos e até agora nada foi resolvido. O que está faltando é vontade política", conclui.

Paralisação e Justiça

Na manhã desta terça, Adelson solicitou ao presidente da CMA, Vinícius Porto, que ele montasse uma comissão que pudesse proporcionar um diálogo com o prefeito. Caso a solicitação não seja atendida, eles farão uma nova assembleia – a última ocorreu no dia 28 de março – para definir os próximos passos e uma paralisação das atividades como sinal de alerta não está descartada.

Além disso, o presidente da associação sinalizou que se nenhuma das solicitações for atendida, eles entrarão na Justiça para regularizar a situação.