Servidores da UFC unem-se aos da Unilab e aderem à greve nacional

Os técnico-administrativos da Universidade Federal do Ceará (UFC) decidiram, na ultima semana, em Assembleia Geral Extraordinária, entrar em greve por tempo indeterminado. A plenária reuniu 284 servidores da UFC – dos campi de Fortaleza, Sobral, Pentecoste e Quixadá; da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab); e da Universidade Federal do Cariri (UFCA).

O Comando Local de Greve (CLG) dos técnico-administrativos da UFC será instalado às 14h desta terça-feira (15/04), após o cumprimento legal das 48 horas do comunicado à administração superior da universidade sobre a paralisação. Na oportunidade, será realizado um ato político, que reunirá os grevistas e entidades sindicais parceiras no pátio da Reitoria da UFC.

Em todo o país, técnico-administrativos de 37 universidades federais já aderiram à greve nacional desde o último dia 17 de março. A paralisação de todas as universidades federais foi deliberada em Plenária Nacional Estatutária, realizada nos dias 8 e 9 de março, em Brasília, pela Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (Fasubra).

A categoria dos técnico-administrativos é composta, atualmente, por 142 mil trabalhadores na ativa em 63 universidades federais. Ativos e aposentados somam 174 mil servidores. Esses servidores tem o menor piso – aproximadamente 1 (hum) salário mínimo e meio – e teto salarial do funcionalismo público federal.

Unilab e UFCA

Os servidores técnico-administrativos da Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira (Unilab) já aderiram à greve nacional deflagrada no último dia 17 de março pela FASUBRA. Com 40 (quarenta) votos a favor, 4 (quatro) contrários e uma abstenção, a paralisação foi a escolha dos servidores em educação em Redenção, durante Assembleia Extraordinária Local realizada no dia 18 de março de 2014. Todas as atividades e informações relacionadas à greve na Unilab podem ser acompanhadas no blog do Comando Local de Greve. Acesse em http://taeunilab.blogspot.com.br

Na UFCA, as mobilizações serão iniciadas a próxima semana. Os servidores lotados em Juazeiro do Norte, Barbalha e Crato serão reunidos em Assembleia Geral para a decisão sobre a adesão dos técnico-administrativos do Cariri ao movimento grevista.

Pauta da greve

A greve é a alternativa dos trabalhadores para exigir do Governo Federal o aprimoramento da carreira, aumentando o valor do piso salarial; o fim do processo de terceirização que vem aumentado a precarização do trabalho no serviço público. Exigimos concurso público para todos os níveis de classificação de nossa categoria, via RJU.

Cresce nas universidades o assédio moral como política de gestão bem como a perseguição aos trabalhadores que vão à luta por seus direitos. Por isso a nossa luta também é por democracia nas IFES, contra a implementação da EBSERH, paridade tanto para a eleição de dirigentes como nos conselhos universitários, pela liberação de dirigentes para o exercício classista e o fim das perseguições com a banalização dos Processos Administrativos (PADs).

Queremos creche para as mães e pais trabalhadores que apresentam dificuldades em deixar seus filhos em segurança para irem ao trabalho, hoje a média do benefício pago em relação ao auxílio creche é de R$ 80,00 reais, valor bem inferior em relação aos trabalhadores do poder legislativo e judiciário.

A universidade pode e deve estar aberta em três turnos ampliando o atendimento ao interesse público e ao mesmo tempo garantindo a redução da jornada de trabalho nos marcos do decreto 4836/2003, proporcionando melhoria da qualidade de vida dos trabalhadores e diminuindo o número de afastamentos por doenças relacionadas ao trabalho.

Recentemente o MPOG publicou uma portaria que retira direito à insalubridade e consequentemente diminuição das remunerações sem acabar com as áreas insalubres, contrariando a orientação do Mandado de Injunção (MI nº 1554/DF).

Agregado a isto temos ainda a luta por um PNE que nos reconheça como trabalhadores em educação, o estabelecimento de 10% do PIB para Educação, a real democratização das instituições e principalmente o financiamento público somente para a educação pública.

Pontos do Eixo Específico da greve nacional

– Aprimoramento da carreira – piso e step (em base ao acumulo histórico da categoria já deliberado, o detalhamento será apresentado pela direção nacional às assembleias); Extensão do art. 30 da lei 12772 /12;

– Ascensão funcional;

– Cumprimento integral do acordo da greve de 2012, reconhecendo os certificados de capacitação que os aposentados já possuíam quando da constituição da carreira, e cronograma com resolutividade para a negociação dos relatórios de todos GTs;

– Reconhecimento dos cursos de mestrados e doutorados fora do país;

– Aproveitamento de disciplinas da pós-graduação (especialização, mestrado e doutorado) para pleitear incentivo a capacitação;

– Turnos contínuos, com jornada de trabalho de 30 horas sem redução salarial para manter a universidade aberta nos três turnos;

– Revogação das ONs (Orientações Normativas), que tratam da contagem do tempo especial convertido em tempo comum (insalubridade, periculosidade, penosidade);

– Revogação da Lei de criação da EBSERH; Abertura de concurso público pelo RJU e pela aprovação da ADIN;

– Não a perseguição e criminalização da luta! Democratização já!

– Liberação de dirigentes sindicais para o exercício de mandato classista;

– Construção e reestruturação das creches nas universidades para os seus trabalhadores sem municipalização.

Vídeo da Assembleia

Fonte: SINTUFCe