Líderes indígenas denunciam ameaças de paramilitares na Colômbia

As autoridades tradicionais dos Povos Indígenas de San Vicente del Caguán, no departamento colombiano de Caquetá, ao sul, denunciaram as contínuas ameaças de paramilitares instalados na região contra vários de seus líderes. O coletivo divulgou um comunicado citado pelo portal Prensa Latina, nesta segunda-feira (21).

Colômbia - Consejo Regional Indígena del Cauca

No comunicado, divulgado pela Agência de Imprensa Rural, o movimento informou que, no decorrer do ano, recebeu cinco mensagens contra dirigentes e organizações sociais do departamento de Caquetá, assinadas pelos grupos criminosos Bloco Guerreiro do Yarí e Andakí, e Águias Negras.

Em um das mensagens, os grupos destacam especificamente a dirigente Luz Mery Panche, declarada como "alvo militar", por quem os paramilitares oferecem 15 milhões de pesos (aproximadamente R$ 18 mil).

"Exigimos das instituições competentes que acelerem as investigações sobre as ameaças que têm sido realizadas contra a nossa colega, e que a Unidade de Direitos Humanos da Promotoria Geral assuma a investigação desses casos," assinala o texto.

Além disso, os indígenas pediram ao Governo garantias de proteção aos seus dirigentes e aos camponeses intimidados pelo paramilitarismo no departamento.

Vários membros dessas comunidades originárias foram assassinados nas últimas semanas. Há apenas três dias, a Comissão Intereclesial Justiça e Paz denunciou o homicídio da indígena nasa Maria Angela Muncue, no município de Villagarzón, no departamento do Putumayo, ao sul. Uma semana antes, também foi assassinado o líder nasa Luis Albeiro Guetio, na mesma região.

Fonte: Prensa Latina