Câmara vai mediar negociações de servidores com o governo 

Em debate realizado nesta sexta-feira (25), na Câmara, os deputados decidiram que vão tentar mediar as negociações entre os técnicos administrativos das universidades públicas e o governo. Em greve há mais de um mês, os servidores não conseguem avançar o diálogo com o Ministério do Planejamento. Uma reunião será marcada pelos deputados na próxima terça-feira (29) para que o ministro da Casa Civil, Aluízio Mercadante, também entre no debate. 

Câmara vai mediar negociações de servidores com o governo - Richard Silva

A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA), servidora licenciada da Universidade Federal da Bahia (UFBA), disse que conhece a situação principalmente da terceirização do trabalho nas universidades. “Tanto é um problema, que os conselhos universitários por todo o Brasil têm tentado estabelecer regras mais claras para a contratação desses trabalhadores”, disse. Outras reivindicações dizem respeito a auxílio creche, alimentação, e outros benefícios, que estão defasados.

“Reconhecemos que houve um acordo assinado com a categoria, mas a efetiva precariedade de trabalho dos servidores nas universidades dá conta de que é necessário atualizar esses termos do acordo e constituir soluções, que podem não ser as ideais, mas soluções para os problemas imediatos que eles estão vivendo, relacionados às terceirizações em demasia e insalubridade”, avalia a parlamentar, destacando ainda a necessidade de solução para questões como auxílio odontologia, alimentação, creches etc.

“São questões básicas no mundo do trabalho que não estão solucionadas para os servidores das universidades”, afirmou a deputada, autora do requerimento para o debate.

O Coordenador-geral da Federação dos Sindicatos dos Trabalhadores das Universidades Públicas Brasileiras (FASUBRA), Paulo Henrique Rodrigues dos Santos, destacou a importância do trabalho dos servidores técnico-administrativos para as universidades federais e cobrou a mesa de negociação entre o governo e a categoria.

“A greve só foi deflagrada porque o governo não abriu a mesa para negociar o resultado dos grupos de trabalho que estão no acordo da greve de 2012. O governo não cumpriu o acordo, não apresentou os trabalhos dos grupos. Até hoje não temos uma mesa de negociação”, enfatizou Paulo Henrique.

A audiência contou ainda com a presença do representante do Ministério do Planejamento, Sérgio Mendonça, que afirmou que apesar das dificuldades, houve muitos avanços nas negociações com a categoria ao longo dos anos, mas reconheceu que ainda não há acordo no que diz respeito à questão da terceirização dos serviços.

Da Redação em Brasília
Com informações da Ass. Dep. Alice Portugal