PCdoB declara oficialmente apoio a Padilha

Em ato político que lotou o auditório do Sindicato dos Engenheiros neste final de semana, o Partido Comunista do Brasil declarou apoio a candidatura de Padilha ao governo do estado de São Paulo

Padilha

Por Eder Bruno, Vermelho SP

No último sábado (26), a militância comunista, pré-candidatos a deputado estadual e federal, a cúpula partidária do PCdoB e do PT e personalidades políticas lotaram o auditório do Sindicato dos Engenheiros de São Paulo para declarar apoio a candidatura de Padilha ao governo do estado de São Paulo.

Participaram do ato os presidentes do PCdoB e do PT nacional, Renato Rabelo e Rui Falcão, respectivamente. As deputadas estaduais comunistas, Leci Brandão e Sarah Munhoz também estiveram presentes, além do vereador Netinho de Paula e o deputado federal Gustavo Petta, ambos do PCdoB.

O evento discorreu sob a tutela do presidente do PCdoB de São Paulo, o ex-ministro dos esportes, pré-candidato a deputado federal, Orlando Silva. “Nós firmamos um protocolo de entendimento com o PT sobre nossa aliança que é o compromisso de participar conjuntamente da coordenação da campanha do Padilha. Segundo compromisso é desde já nos empenharmos na construção do programa de governo. O PCdoB vai se somar a caravana Horizonte Paulista para dialogar com o povo das várias cidades do Estado de São Paulo. Terceiro compromisso é construir conjuntamente com outros partidos aliados a chapa majoritária”.

“Outro compromisso com o PT é construir juntos a chapa para o senado e firmar uma coligação para a câmera federal. Decidimos também que vamos fazer uma campanha junto com o Padilha para ampliar a bancada do PCdoB na Assembleia Legislativa no Estado de São Paulo”. Orlando ainda brincou que a bancada na Alesp é 100% feminina, mas que irá lutar pela cota de homens na bancada, o que tirou risos da plenária.

A palavra também esteve com o presidente do PT de São Paulo, Emídio de Souza, que ressaltou a importância da parceria histórica das duas legendas e fez duras criticas aos que tentam através do jogo sujo desestabilizar a pré-campanha de Alexandre Padilha. “Não temos medo de cara feia. Tem gente que pensa que vai ganhar eleição antecipadamente, mas não vai, porque o PT e o PCdoB não estão juntos só porque são companheiros de longa jornada, mas porque estão construindo um programa de governo para mudar São Paulo, e os governos do presidente Lula e Dilma mostrou que quando você tem um comando disposto a mudanças, a criar condições para melhorar a vida do povo, você cria”.

Emídio ainda fala sobre o assanhamento da mídia brasileira. “Talvez ela nunca estivesse tão partidarizada como está dessa vez. Você não vê qualquer menção na mídia sobre os 22 milhões de empregos criado nos últimos 10 anos no país, você não vê o que foi nossa soberania na questão do Pré-Sal, não vê o retrato e o relato de programas importantes como o PróUni ou os programas esportivos que o PCdoB criou no Ministério dos Esportes, assim como não vê a política afirmativa de defesa dos negros e das mulheres criados nesse governo do PCdoB e do PT. É por isso que nós não temos medo desse assanhamento”, finaliza o petista.

Outra personalidade do Partido dos Trabalhadores a fazer uso da palavra foi o Senador Eduardo Suplicy que foi responsável por um dos momentos mais descontraídos do ato político ao sugerir ao PCdoB a suplência no senado ao amigo Jamil Murad e confundir seu sobrenome com “Haddad”. Prontamente por aclamação a plenária comunista aprova a ideia com muitas palmas. Logo um dos senadores mais queridos do Brasil dá um salto desengonçado da plenária para dar um abraço carinhoso em seu companheiro de luta e amigo Jamil e tira ótimas risadas da plateia.

No uso da palavra, a vice-prefeita da cidade de São Paulo, Nádia Campeão, falou sobre os dados da saúde do município de São Paulo e o quanto têm sido significativos devido a parceria com o governo federal. “Imagine se tivéssemos uma parceria de alto nível com o governo do estado, não é que elas não existam, mas muito aquém daquilo que a cidade de São Paulo merece. São Paulo é um estado que pode ostentar os melhores índices do país, não é porque queremos ser melhores que os outros, mas porque o estado mais rico do Brasil tem a obrigação de ter os melhor índices e ser referência em tudo: na educação, na saúde, na segurança pública, afinal, porque nós não somos?”, questiona a vice-prefeita.

O pré-candidato ao governo de São Paulo, Alexandre Padilha em seu discurso abordou não apenas a questão do seu histórico na saúde que é sua principal área de atuação enquanto médico, mas também a violência sofrida pela juventude e o descaso na educação no estado de São Paulo. “Hoje a juventude vive sobre duas ameaças: uma é a baixa qualidade na educação de rede publica estadual oferecida pelos 20 anos de governo do PSDB e a outra ameaça é a da violência, principalmente em relação a juventude. Essa violência tem cor e tem lugar: são jovens negros da periferia. Queremos apostar fortemente no povo paulista e aprendemos com o PCdoB a importância de apostar na força do povo brasileiro, na força dos vários seguimentos que compõe a nossa sociedade”, afirmou o pré-candidato.

Padilha ainda ressaltou os dois motivos pelo qual se encontra em estado de felicidade: “primeiro porque construímos uma unidade no PT, construímos um processo eficiente na caravana Horizonte Paulista que discutiu o programa de governo, essa pré-candidatura e construiu uma unidade que poucas vezes o PT teve aqui no estado de São Paulo e mais feliz ainda de participar de um encontro com o primeiro partido que declara apoio a pré-candidatura do PT, os companheiros do PCdoB”.

Na parte da tarde, o Comitê Estadual aprovou as resoluções políticas em plenária que pode ser conferida abaixo:

O Comitê Estadual do Partido Comunista do Brasil/São Paulo, reunido em 26 de abril, decidiu:

1. Colocar como centro de sua atividade no próximo período a luta pela quarta vitória do povo nas eleições presidenciais, fortalecendo o campo liderado pela presidenta Dilma Rousseff. Lutar para que sua plataforma expresse o desejo de aprofundamento das conquistas políticas e sociais e que dê impulso consistente a um novo ciclo de desenvolvimento econômico. Capítulo importante desta batalha será a realização da Copa do Mundo, que a oposição elegeu como alvo. Pela importância para o país e particularmente pelo papel que nosso Partido tem, devemos, conforme indica o Comitê Central, fazer o debate e a luta pública em defesa da Copa;

2. Indicar à Convenção que se realizará no mês de junho, o apoio a Alexandre Padilha, candidato ao Governo do Estado pelo PT, estabelecendo assim coligação na chapa majoritária e na de deputados federais. Os termos estão em entendimento avançado, entre eles o debate da composição da chapa majoritária e o apoio político e materia. Para o Governo do Estado a questão principal é lutar pela existência do segundo turno e para levar a ele Alexandre Padilha;

3. Indicar à Convenção as candidaturas de Netinho de Paula, Orlando Silva e Protógenes Queiroz à Câmara Federal;

4. Buscar construir essas candidaturas de maneira equilibrada para atingirmos a eleição de 3 federais. Devemos ajudar Netinho de Paula a realizar uma grande campanha de caráter popular e ampla; Orlando Silva dependerá em boa medida da força orgânica do Partido e dos desdobramentos de seu mandato como vereador na capital e Protógenes Queiroz deve buscar capitalizar as realizações de seu mandato e, com o apoio do Partido, dirigir sua candidatura para os setores médios, onde encontra maior aderência;

5. Indicar à Convenção a apresentação de uma grande e forte chapa própria para o legislativo estadual, visando a ampliação de nossa bancada, que hoje conta com duas cadeiras. A chapa própria envolve vários objetivos: ampliação da bancada; dar sustentação e capilaridade à nossa chapa de federais; ocupar maior espaço na disputa do voto e da opinião popular; desenvolver o Partido em áreas e categoriais; projetar lideranças para as batalhas subsequentes, destacadamente para as eleições de 2016;

6. A nossa chapa de estaduais deve, em função dessas premissas, buscar ao máximo, concentrar suas energias nas dobradas com nossos federais;

7. Tendo em vista a preservação destes objetivos, o Comitê Estadual estabelece a Comissão Política como fórum para analisar e autorizar dobradas das candidaturas estaduais e federais fora das listas partidárias. Assim, todas as dobradas com estas características devem ser submetidas à analise, e serão definidas a partir de crivo político e de nosso projeto geral;

8. Até a Convenção, lutar para montar uma chapa de candidaturas a deputado estadual com mais de 120 nomes, o que pressupõe: atenção especial às candidaturas femininas, pela importância política e pela necessidade legal de 30% de mulheres; construir uma chapa com candidaturas com potencial de votos diverso, permitindo assim que ao fim todos contribuam para a vitória; a direção deve agir de maneira severa contra a ação de candidatos que agem para retirar candidaturas de nossa chapa para herdar aquele seu apoio e votação, podendo assim prejudicar a soma final de votos, que pode ser decisiva para a ampliação de nossa bancada;

9. Concentrar todas as atenções das direções partidárias, de nossas lideranças nos movimentos social e sindical, e de todos nossos militantes, filiados e amigos na batalha eleitoral, que será decisiva para nosso povo e para o Partido;

10. Dar atenção às batalhas e mobilizações dos movimentos sociais e sindical, buscando fortalecer o nosso campo político e o caminho de aprofundamento das mudanças;

11. É preciso mais uma vez dar nossa contribuição destacada e generosa na luta pela transformação do Brasil e de São Paulo, mas também precisamos fazer do PCdoB um partido mais forte, lutando para eleger 3 federais e ampliando nossa bancada na Assembleia Legislativa. Essa é a batalha decisiva deste ano e vamos enfrentá-la com força e convicção.