Diálogo estagna e camponeses mantêm greve na Colômbia

Depois de uma reunião com o governo da Colômbia, os líderes camponeses decidiram manter a greve agrária que, nesta quarta-feira (30), completa três dias. Mesmo sem acordos concretos e após incidentes que deixaram ao menos onze feridos, as partes seguirão negociando.

Diálogo estagna e camponeses mantêm greve na Colômbia - Reprodução

O governo de Juan Manuel Santos e o movimento Dignidade Agropecuária iniciaram um diálogo em busca da solução às demandas do setor. Os camponeses exigem, entre outros aspectos, a remissão de crédito, a redução do preço de fertilizantes e combustíveis, a interrupção do contrabando de produtos agrícolas e dos Tratados de Livre Comércio (TLC).

Em Bogotá, na sede do Ministério de Agricultura (onde acontecem as negociações), o ministro Rubén Darío Lizarralde informou que as partes discutiram “o tema do crédito, do refinanciamento das dívidas e dos insumos”, mas “não fecharam esses pontos”. Ele disse também que seguirá trabalhando por um acordo que permita a suspensão da greve.

Leia também:
Greve agrária na Colômbia ganha apoio de outros setores
Por que a paz na Colômbia depende dos camponeses?
Há saída para os conflitos na Colômbia?

Segundo o ministro, assim que esta etapa for concluída, as partes irão tratar o tema dos TLC e da proteção ambiental que demandam os camponeses. Por sua vez, César Pachón, um dos líderes da Dignidad Agropecuária, declarou que se enfrentam posições muito diferentes: “nós pedimos o perdão das dívidas, enquanto a proposta do governo se baseia em ampliar os créditos”.

Da mesma forma, Pachón recordou que os trabalhadores rurais estão pedindo que o governo “cumpra com o que já foi acordado”, referindo-se ao diálogo estabelecido em setembro do ano passado, quando os agricultores cruzaram os braços em uma paralisação nacional com características bastante semelhantes a atual.

Théa Rodrigues, da Redação do Portal Vermelho,
Com informações da Telesur