Movimentos sociais vão às ruas cobrar melhorias

Policiais civis, agentes penitenciários, professores, estudantes, mulheres, movimento comunitário e jovens foram às ruas do centro de Manaus, na última quarta-feira, para cobrar melhores condições de trabalho, urbanização na cidade, melhor transporte público, mais creches, mais água nas torneiras, menos falta de energia e mais segurança pública.

manifestação

Cerca de 500 pessoas participaram da manifestação, que percorreu a avenida Eduardo Ribeiro da praça do Congresso até o cruzamento com a avenida Sete de Setembro.

Empunhando bandeiras e faixas, os trabalhadores procuraram enfatizar as conquistas dos últimos anos mas foram às ruas dizer que elas não são suficientes. “Por mais que reconheçamos os avanços, tem muito a ser feito”, disse Eron Bezerra, presidente estadual do PCdoB.

Ele afirmou que os empresários de ônibus receberam aumento no ano passado. “A população não sente porque é o governo e a prefeitura quem bancam. No entanto, os trabalhadores rodoviários continuam com os mesmos salários”, disse.

Ainda sobre transporte público, Eron revelou que o governo federal liberou recurso para a construção do monotrilho e do BRT nas cidades-sede da Copa do Mundo, como Manaus, mas nada foi construído até agora.

O presidente estadual da União da Juventude Socialista (UJS), Yann Evanovick, também cobrou as obras de mobilidade urbana. “O transporte individual só cresce pela incompetência do Poder Público de fazer do transporte coletivo um transporte atraente”, destacou.

Segurança Pública
O sindicalista James Figueiredo diz que o governo não se preocupa com os policiais. “Recursos humanos não trazem 10% ou 20% (de propina) pra ninguém”, afirmou.
Figueiredo lembrou a recente greve da Polícia Militar e avisou que se governo não cumprir o que prometeu, a polícia civil também vai parar.

Já os agentes penitenciários anunciaram que farão greve, pois desde 1996 não é feito concurso público para a categoria. “O governo investiu em segurança pública, mas esqueceu da segurança penal”, disse o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, Antonio Jorge.

A ex-secretária de Estado da Juventude, Esporte e Lazer, Alessandra Campelo, também esteve na manifestação. Campelo falou que participou do movimento estudantil quando a pauta dos trabalhadores era por um salário mínimo de U$S 100. “Hoje o salário mínimo é de quase U$S 400 mas ainda não é o suficiente. É tempo de comemorar mas também de reivindicar”, declarou.

Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam), Marcus Libório, falta muito a ser feito pela educação. “As escolas municipais continuam funcionando sem qualquer segurança em prédios alugados. Estamos sem plano anual de educação e no Amazonas, ainda há professores no interior que recebem um valor abaixo do salário mínimo”, denunciou.

De Manaus,
Mariane Cruz